OMS declara emergência global para Monkeypox. Portugal mais do que preparado para responder ao vírus

Esta classificação é o maior alerta que a OMS pode emitir sobre um risco de saúde pública e acontece perante um aumento mundial de casos. A Direção-Geral da Saúde confirmou que Portugal já estava a tomar as medidas essenciais para responder à Monkeypox antes da declaração. 

O surto de Monkeypox – a varíola dos macacos – foi declarada uma emergência global pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Esta classificação é o maior alerta que a OMS pode emitir sobre um risco de saúde pública e acontece perante um aumento mundial de casos. Atualmente já foram registados mais de 16 mil casos em 75 países do mundo.

A decisão foi anunciada este sábado pelo diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. Segundo o líder, esta decisão foi difícil acordo devido à falta de consenso entre os membros do comité de emergência após a segunda reunião sobre o vírus.

"Sei que não foi um processo fácil nem direto e há visões divergentes entre os membros do comité", apontou Ghebreyesus, ao justificar a declaração de emergência com a rápida contaminação do vírus por meios sobre os quais “sabe muito pouco”.

"Temos um surto que se está a espalhar rapidamente à volta do mundo, do qual sabemos muito pouco e que cumpre os critérios dos regulamentos internacionais de saúde", afirmou o responsável.

É de sublinhar que a OMS declara emergência global quando há risco de transmissão em vários países, exigindo uma resposta mundial coordenada. Em casos passados, a OMS declarou emergência em situações de crise de saúde pública como a pandemia de covid-19, o surto de Ébola na África Ocidental em 2014 e o vírus Zika na América Latina em 2016.

O que muda agora em Portugal? DGS diz que o país já estava a seguir as medidas necessária antes da declaração

A Direção-Geral da Saúde (DGS) confirmou que Portugal já estava a tomar as medidas essenciais para responder à Monkeypox antes de o vírus sem considerado uma emergência global.

"Não implica muito mais do que aquilo que está a ser feito. Todas as medidas têm sido tomadas, mesmo sem essa declaração", adiantou a porta-voz da DGS para o surto em Portugal, Margarida Tavares, à agência Lusa.

Margarida Tavares indicou que a nível nacional estão a ser seguidas as medidas fundamentais para responder ao surto que surgiu em Portugal em 03 de maio – dia em que se confirmou cinco casos – e que, atualmente, já regista 588 pessoas infetadas.

Embora Portugal seja um dos países do mundo com maior número de infetados, "não se pode dizer que estamos num crescimento exponencial nem nada que se pareça", adiantou a médica.

Ultimamente, tem-se assistido a “um número constante semanal e até com uma tendência ligeiramente decrescente", destacou Margarida Tavares, que é também a diretora do Programa Nacional para as Infeções Sexualmente Transmissíveis e Infeção por VIH da DGS.

Mesmo que esta evolução não deixe descansar a DGS, Portugal não está numa “situação de enorme alarme”, avançou Margarida Tavares.

A decisão da OMS significa para a responsável um possibilidade para reforçar a investigação e o investimento dos países em meios de prevenção e tratamento da Monkeypox, como vacinas e antivíricos, as quais deverão ser disponibilizadas a nível mundial.

"Este nível de alerta a que o mundo está agora obrigado – porque cria alguns direitos, mas também obrigações de alguns países – pode aumentar a pressão para que haja mais produção de vacinas e de antivíricos e para uma maior disponibilização" destes produtos, explicou a perita da DGS.