DGS quer “investigar profundamente” falhas do SINAVE

O problema terá sido detetado, em março, por um programador português e resolvido em três dias úteis.

NIF, morada, número de telefone, nome e data de nascimento dos cidadãos portugueses: eis os dados que foram expostos devido a uma vulnerabilidade na plataforma do Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SINAVE), a plataforma da Direção-Geral da Saúde (DGS) criada em 2014 para tentar descobrir a tempo o risco de surtos e de situações de perigo para a saúde pública.

A falha foi detetada – no passado mês de março – por mero acaso, por um programador português, que descobriu que para aceder aos dados bastava acrescentar mais uns carateres no URL do site. Apesar de, alegadamente, ter sido corrigida em três dias úteis, continua a dar que falar e, em entrevista à RTP, Graça Freitas quis deixar “uma palavra de segurança e descanso” às pessoas que, “em princípio, não serão lesadas”.

Em princípio, porque “nunca sabemos o que está por detrás destes ataques”, declarou, asseverando que vai “investigar profundamente se houve alguma fuga”. Anteriormente, existiram alguns problemas com a plataforma, mas nenhum semelhante. Por exemplo, em setembro de 2015, a Ordem dos Enfermeiros (OE) dizia que estes profissionais de saúde estavam com dificuldades no acesso a esta aplicação informática de suporte.

“Para a OE, o SINAVE é um instrumento importante para a monitorização e prevenção das doenças transmissíveis. Nesse sentido, é fundamental que todos os profissionais de saúde tenham acesso ao mesmo”, lê-se na nota ainda disponível no site oficial desta ordem.

“Apesar da legislação contemplar ‘todas as entidades do setor público, privado e social’, na prática, nem todos os enfermeiros têm acesso a esta aplicação informática, o que significa um claro desperdício de recursos humanos especializados, na medida em que os Enfermeiros Especialistas em Enfermagem Comunitária detêm as qualificações e competências necessárias para a deteção e notificação de riscos, surtos, epidemias ou outro tipo de emergências de saúde pública” e, por isso, a OE solicitou o auxílio da DGS e do Ministério da Saúde.