Presidente da Câmara de Montalegre detido pela PJ

Número dois da autarquia também foi detido. São suspeitos de viciação de concursos para obras públicas para favorecer familiares e amigos.

Presidente da Câmara de Montalegre detido pela PJ

A Polícia Judiciária (PJ) deteve três suspeitos – dois titulares de cargos políticos e um funcionário – durante uma operação policial realizada no âmbito de uma investigação de criminalidade económico-financeira, no distrito de Vila Real.

Através do cumprimento de “dezenas de buscas, domiciliárias e não domiciliárias”, a autoridade foi averiguar os “serviços de uma autarquia local e diversas empresas nos concelhos de Montalegre, Braga, Famalicão e Vila do Conde”, que culminou com a detenção de três homens, indicou a PJ em comunicado.

Dois dos três detidos são o presidente da Câmara de Montalegre, Orlando Alves, e o vice-presidente e o chefe da divisão de Obras Públicas, David Teixeira.

“Os detidos encontram-se indiciados pela prática dos crimes de associação criminosa, prevaricação, recebimento indevido de vantagem, falsificação de documentos, abuso de poder e participação económica em negócio”, confirmou a PJ.

Além das detenções, também foi apreendida “documentação diversa relativa à prática dos factos e material informático com possível alcance probatório”.

A investigação, encetada pela Diretoria do Norte da PJ e com aval do Ministério Público, envolve vários processos de contratação pública, “no período de 2014 a 2022, suspeitos de viciação para benefício de determinados operadores económicos, num valor que ascende a 20 milhões de euros”.

Na operação, estiveram presentes “magistrados judiciais e do Ministério Público, investigadores da Diretoria do Norte e ainda dos Departamentos de Investigação Criminal de Vila Real e de Braga, bem como de peritos financeiros e informáticos de várias estruturas da Polícia Judiciária”.

Os detidos vão ser presentes à competente autoridade judiciária no Tribunal de Instrução Criminal do Porto, para primeiro interrogatório judicial e aplicação das medidas de coação tidas por adequadas.