“Temos de investir não em soluções high tech nas escolas, mas sim em geradores, diz Olena Zelenska

“As inovações tecnológicas movem o mundo e têm o poder de determinar a direção para a qual esta guerra irá”, disse primeira dama da Ucrânia que este presente na Web Summit.

Olena Zelenska foi uma das convidadas surpresa que Cosgrave costuma escolher juntamente com a sua equipa. A título de exemplo, em 2019, Edward Snowden falou sobre a violência tecnológica contra as pessoas. 

No seu discurso, a primeira dama da Ucrânia confessou que no que diz respeito a “grandes tecnologias” é apenas uma utilizadora. “Usualmente ouvimos que as inovações tecnológicas movem o mundo, mas eu acho que é mais do que isso. Têm o poder de determinar a direção para a qual esta guerra irá”, acrescentou, acusando a Rússia de colocar a “tecnologia ao serviço do terror”.

Para Olena Zelenska, as “pessoas deveriam estar a ir a Marte, não esconder-se nas suas caves”. “Não poderíamos acreditar que em 2022 as crianças estariam a esconder-se das bombas”, lembrando que que o seu povo teve de passar a “levar os filhos para abrigos de bomba em vez de escola ou atividades”, não sabendo quanto tempo é que vão passar nesses espaços. “Temos de investir não em soluções high tech nas escolas, mas sim em geradores.”

Ministro anuncia vouchers

António Costa Silva esteve presente no primeiro dia do evento e foi o representante do Governo para “inaugurar” mais uma edição, aproveitando para anunciar que serão criados vouchers digitais e “verdes”, no valor de 90 milhões de euros, para apoiar 300 startups nos próximos quatro anos, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Além disso, o ministro da Economia referiu que também vai ser lançado um novo pacote de 20 milhões de euros para incubadoras, para “suportar custos e atrair talento”.

E alheio a estas polémicas, Costa Silva optou por falar num “casamento bem sucedido” entre Lisboa e a Web Summit. “Somos o país do surf e das tecnológicas. Do bem estar, do bom tempo e das boas startups. Do sol e das soluções tecnológicas”. E acrescentou: “Se estão a considerar desenvolver uma startup, considerem fazê-lo em Portugal”. 

Também Carlos Moedas esteve presente e lembrou o “sonho” que tinha para Lisboa quando foi eleito e que foi sendo concretizado no último ano, nomeadamente a fábrica de unicórnios. “A inovação não é uma ideia, é um processo, uma forma de criar emprego e crescimento. Vim aqui há um ano dizer que queria criar uma fabrica de unicórnios. Os opinadores disseram que era impossível, ridicularizaram a ideia, chamaram-me tolo”, disse o autarca.