Pedro Nuno Santos. “Pouco ficará do Ferrovia 2020 para depois de 2023”

Só 15% das obras estão concluídas. E falou também da TAP.

O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, detalhou esta segunda-feira que a execução do plano Ferrovia 2020 chegará aos 714 milhões de euros no próximo ano. No Parlamento, o governante detalhou ainda que, no que diz respeito ao plano de investimentos na infraestrutura ferroviária, 15% dos projetos, no valor de 305 milhões, estão concluídos. Já as empreitadas em contratação ou em curso chegam aos 1 422 milhões.

Em números, o programa – que tem um investimento superior a dois mil milhões de euros e conta com financiamento de fundos comunitários em mais de 50% – tem apenas 15% de obras concluídas. Na audição, sobre o Orçamento do Estado para o próximo ano, Pedro Nuno Santos detalhou que esse será o ano de maior execução deste programa, que deveria ter ficado concluído no final de 2021.

“Vamos concluir o Ferrovia 2020 com sucesso. Pouco ficará para depois de 2023”, disse o ministro das Infraestruturas, garantindo que “não faltará verbas para executar”.

E acrescentou que é normal que o nível de execução deste programa de investimentos “dispare no fim do programa”, garantindo que na atual conjuntura de subida dos preços dos materiais e mão de obra na construção se for necessário os preços serão revistos e “nenhuma obra do Ferrovia 2020 ficará por fazer”.

Ainda assim, existe pelo menos uma obra que apenas ficará concluída no final de 2025: a eletrificação do troço entre Marco de Canaveses e Régua, na Linha do Douro, com orçamento total de 79 milhões de euros, uma empreitada que está a ser preparada para ser lançada.

O ministro garantiu ainda que o Governo está “a fazer o que não foi feito” e deixou a promessa: “Antes de nos a ferrovia estava ao abandono e hoje está em obra”.

Aos deputados, Pedro Nuno Santos falou também do saneamento financeiro da CP que diz que vai ser feito para que a empresa possa contratar os comboios de alta velocidade. E disse que essa operação não aumenta a dívida pública. “Está previsto o saneamento financeiro da CP” e “ele vai ser feito”, defendeu.

TAP é “tema difícil” “A TAP continua a ser um tema difícil, mas vamos continuar a olhar para ele com orgulho”, atirou ainda o ministro das Infraestruturas, ao lembrar o lucro de 111 milhões da transportadora aérea. “Não nos escondemos de temas difíceis”, garantiu, e respondeu: “O sr. deputado [do PSD], Paulo Moniz, estimava que iríamos ter um prejuízo de 400 milhões de euros em 2022, muito longe dos 56 milhões de euros referidos por mim [como número previsto para os prejuízos deste ano]”.

Pedro Nuno Santos detalhou ainda que o plano de restruturação previa que a companhia aérea portuguesa apenas tivesse lucros em 2025. “A TAP teve 11 milhões de lucro no terceiro trimestre, e espere pelo quarto trimestre para voltarmos a falar”, atirou.