Insolvências diminuíram 19% em 2022

Já as constituições aumentam mais de 15%, revela a Iberinform.

As insolvências caíram 19% em 2022 face ao ano anterior, com menos 901 empresas insolventes. Os dados são da Iberinform que acrescenta que até ao final do ano foi declarada a insolvência de 3.869 empresas, com uma média mensal de 352 insolvências, o valor mais baixo dos últimos três anos.

Já as declarações de insolvência requeridas por terceiros diminuem cerca de 23% face a 2021, enquanto as apresentações à insolvência pelas próprias empresas decrescem mais de 22%. Os encerramentos com plano de insolvência também baixam de 51 em 2021 para 46 em 2022 (-9,8%). 

Os dados mostram que os distritos de Lisboa e do Porto lideraram em insolvências, com totais de 1.035 e 875, respetivamente. Estes valores traduzem uma diminuição de 6,8% em Lisboa e de cerca de 27% no Porto. Mas os maiores decréscimos registam-se nos distritos de Portalegre (- 38%), em Angra do Heroísmo (-35%), na Madeira (-32%) e em Viana do Castelo (-30%). Dos 20 distritos que apresentam decréscimos, 80% têm valores superiores a dois dígitos. Em 2022, apenas dois distritos apresentam aumentos nas insolvências face a 2021: Horta (+ 100%) e Braga (+44%).

Ao longo de todo o ano houve apenas dois setores que não viram decrescer as insolvências em relação a 2021: eletricidade, gás e água (aumento de 5,9%) e telecomunicações com variação nula. Os maiores decréscimos registam-se na indústria extrativa (-25%), na hotelaria e restauração (-22%), na indústria transformadora (-22%) e nos outros serviços (-22%). O setor de construção e obras públicas tem uma diminuição de cerca de 19% e no comércio de veículos as insolvências baixam 15%.

Constituições crescem 15%

Já as constituições evoluíram de 41 507 novas empresas em 2021 para 47 930 em 2022, mais 6 423, o que significa um crescimento superior a 15%.

Os dados da Iberinform mostram que o número de constituições mais significativo regista-se em Lisboa, com 16 734 novas empresas (+25%), seguida pelo Porto com 7 989 empresas (+9,9%).

Mais de 77% dos distritos têm aumentos nas constituições, com acréscimos que variam entre os 2,4% (Braga) e os 27% (Faro). Com aumentos de dois dígitos destacam-se os distritos de: Ponta Delgada (+25%); Setúbal (+25%); Horta (+21%); Portalegre (+19%) e Coimbra (+17%). Na Madeira o aumento é superior a 16% e em Angra do Heroísmo situa-se nos 9,4%.

Apenas quatro distritos têm variação negativa: Bragança (-10%); Évora (-5,9%); Viseu (-4%) e Viana do Castelo (-0,6%). Castelo Branco tem variação nula face a 2021, com um total de 499 novas empresas constituídas em cada ano.

Os setores que no ano passado apresentam variação positiva na constituição de novas empresas são: transportes (+114%); telecomunicações (+32%); hotelaria e restauração (+21%); outros serviços (+17%); comércio de veículos (+13%); eletricidade, gás e água (+8,5%); construção e obras públicas (+7%); comércio por grosso (+9,2%) e agricultura, caça e pesca (+0,7%).

Indústria extrativa (-33%), comércio a retalho (-14%) e indústria transformadora (-2,6%) têm variação negativa face a 2021 no que toca à criação de novas empresas.