Estava eu a pensar!

É bom pensar! Até porque vivemos num mundo onde se fala muito e se pensa pouco… Voltei a reler o relatório nos pontos principais e as entrevistas dos membros da Comissão e não tenho dúvida: ou os Senhores Bispos metem na rua os cem membros que estão na lista da Comissão Independente, ou todos os…

Quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023. Eram perto das vinte horas. Sentado no banco da Igreja, a rezar, leio uma circular do meu bispo a dizer que neste momento de dor para toda a Igreja os bispos estariam disponíveis para nos receber pessoalmente, mas na impossibilidade de o fazerem nos enviavam uma missiva para nos garantir a sua proximidade. Paro! Olho em frente, para o Sacrário: Estás aí, Jesus? 

Saio da Igreja às vinte horas. Cabeça baixa, no chão! Pensativo, pensava naquela carta: Decidiram mandar fazer o relatório sem nos perguntar nada e agora querem-nos dar um abraço? Receber-nos? Depois de um ano de ataques sucessivos? 

Pensativo, pensava no relatório! A sério? Estamos mesmo a falar de um Relatório sério, feito por uma Comissão séria? Estamos mesmo a falar de uma comissão que recebeu, apenas, 51 pessoas presencialmente e validou quase cinco mil vítimas? Ainda por cima, das 51 pessoas, apenas recebeu 34 vítimas? Apenas escutou as dores de 34 vítimas? Ainda por cima das quais onze do sexo masculino (parece que agora tem de se dizer género!)? 

A Comissão Independente assegura que dos 512 testemunhos validados, se encontraram 4815 vítimas. Já tinha lido as 486 páginas do Relatório da Comissão Independente liderada pelo Dr. Pedro Strecht (que aliás, diga-se, pertencia à Comissão de Proteção de Menores da Diocese de Lisboa antes de ser independente). Subindo a Rua Augusta pensava eu: ‘Como se pode chegar ao número exato de 4815?’. 

Na página 200 do Relatório Final da tal Comissão Independente diz o seguinte: «A nossa estimativa aponta para que as pessoas vítimas tenham conhecimento de aproximadamente 4300 outras vítimas (4303). Assim, estimamos um número potencial de 4815 vítimas, valor que resulta da soma dos testemunhos individuais (512) com esta estimativa (4303)». Nós não estamos a falar em vítimas, mas em estimativas de vítimas.

Continuo a andar… pensativo! E eis que um dos rapazes que nas ruas de Lisboa está a vender folha de louro como se fosse droga, mas que na realidade é folha de louro prensada, se aproxima de mim, no Rossio, e diz: «Haxixe? Coca?». Eu fiz, o que faço sempre, segui em frente, cabeça baixa, para controlar os nervos. Dou dois passos e ouço atrás de mim: «Pedófilo!».

Paro! Sinto o sangue a subir-me do coração ao pescoço, do pescoço ao cérebro e volto-me para trás para lhe responder. Afinal, eu sou do Catujal… e ninguém chama «pedófilo» a um tipo do Catujal… eu poderia resolver aquilo naquela hora, como resolviam os meus amigos quando eramos pequeninos… 

 

Respirei fundo e pensei: ‘Calma! Tu nem lhe podes responder e dizer o que ele é… vives numa sociedade injusta… ainda não chegou  o céu!’. É verdade… vi-me neste dilema: eu não lhe podia chamar o que ele é – porque levava um processo em cima por xenofobia – mas ele pode chamar-me o que eu não sou, porque não é crime.

Fui para casa. Pensava! Peguei no carro… eram 20h30. Peguei no carro e fui para o meu quarto e meti-me na cama. A pensar! 

É bom pensar! Até porque vivemos num mundo onde se fala muito e se pensa pouco… Voltei a reler o relatório nos pontos principais e as entrevistas dos membros da Comissão e não tenho dúvida: ou os Senhores Bispos metem na rua os cem membros que estão na lista da Comissão Independente, ou todos os padres serão objeto de suspeita no futuro. 

E porque não tenho a menor dúvida? Porque os membros da Comissão Independente, no que têm referido, não dizem que são potenciais… eles dizem que são entrevistas validadas com a autoridade científica. Manter estas pessoas no ministério sacerdotal seria uma insanidade mental gravíssima, até porque o Dr. Daniel Sampaio foi claro ao dizer que não existe, até ao momento, qualquer tratamento para pessoas que sofram deste distúrbio. 

Quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023. Eram perto das vinte horas. Sentado no banco da Igreja, a rezar, leio uma circular do meu bispo a dizer que neste momento de dor para toda a Igreja os bispos estariam disponíveis para nos receber pessoalmente, mas na impossibilidade de o fazerem nos enviavam uma missiva para nos garantir a sua proximidade. Paro! Olho em frente, para o Sacrário: Estás aí, Jesus? 

Saio da Igreja às vinte horas. Cabeça baixa, no chão! Pensativo, pensava naquela carta: Decidiram mandar fazer o relatório sem nos perguntar nada e agora querem-nos dar um abraço? Receber-nos? Depois de um ano de ataques sucessivos? 

Pensativo, pensava no relatório! A sério? Estamos mesmo a falar de um Relatório sério, feito por uma Comissão séria? Estamos mesmo a falar de uma comissão que recebeu, apenas, 51 pessoas presencialmente e validou quase cinco mil vítimas? Ainda por cima, das 51 pessoas, apenas recebeu 34 vítimas? Apenas escutou as dores de 34 vítimas? Ainda por cima das quais onze do sexo masculino (parece que agora tem de se dizer género!)? 

A Comissão Independente assegura que dos 512 testemunhos validados, se encontraram 4815 vítimas. Já tinha lido as 486 páginas do Relatório da Comissão Independente liderada pelo Dr. Pedro Strecht (que aliás, diga-se, pertencia à Comissão de Proteção de Menores da Diocese de Lisboa antes de ser independente). Subindo a Rua Augusta pensava eu: ‘Como se pode chegar ao número exato de 4815?’. 

Na página 200 do Relatório Final da tal Comissão Independente diz o seguinte: «A nossa estimativa aponta para que as pessoas vítimas tenham conhecimento de aproximadamente 4300 outras vítimas (4303). Assim, estimamos um número potencial de 4815 vítimas, valor que resulta da soma dos testemunhos individuais (512) com esta estimativa (4303)». Nós não estamos a falar em vítimas, mas em estimativas de vítimas.

Continuo a andar… pensativo! E eis que um dos rapazes que nas ruas de Lisboa está a vender folha de louro como se fosse droga, mas que na realidade é folha de louro prensada, se aproxima de mim, no Rossio, e diz: «Haxixe? Coca?». Eu fiz, o que faço sempre, segui em frente, cabeça baixa, para controlar os nervos. Dou dois passos e ouço atrás de mim: «Pedófilo!».

Paro! Sinto o sangue a subir-me do coração ao pescoço, do pescoço ao cérebro e volto-me para trás para lhe responder. Afinal, eu sou do Catujal… e ninguém chama «pedófilo» a um tipo do Catujal… eu poderia resolver aquilo naquela hora, como resolviam os meus amigos quando eramos pequeninos… 

 

Respirei fundo e pensei: ‘Calma! Tu nem lhe podes responder e dizer o que ele é… vives numa sociedade injusta… ainda não chegou  o céu!’. É verdade… vi-me neste dilema: eu não lhe podia chamar o que ele é – porque levava um processo em cima por xenofobia – mas ele pode chamar-me o que eu não sou, porque não é crime.

Fui para casa. Pensava! Peguei no carro… eram 20h30. Peguei no carro e fui para o meu quarto e meti-me na cama. A pensar! 

É bom pensar! Até porque vivemos num mundo onde se fala muito e se pensa pouco… Voltei a reler o relatório nos pontos principais e as entrevistas dos membros da Comissão e não tenho dúvida: ou os Senhores Bispos metem na rua os cem membros que estão na lista da Comissão Independente, ou todos os padres serão objeto de suspeita no futuro. 

E porque não tenho a menor dúvida? Porque os membros da Comissão Independente, no que têm referido, não dizem que são potenciais… eles dizem que são entrevistas validadas com a autoridade científica. Manter estas pessoas no ministério sacerdotal seria uma insanidade mental gravíssima, até porque o Dr. Daniel Sampaio foi claro ao dizer que não existe, até ao momento, qualquer tratamento para pessoas que sofram deste distúrbio.