Swaps: Ex-secretária de Estado do Tesouro conhecia falta de meios

A directora-geral demissionária do Tesouro e Finanças, Elsa Roncon Santos, garantiu esta tarde no Parlamento que a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, sabia, enquanto secretária de Estado do Tesouro, que a direcção-geral “não tinha meios suficientes” para analisar matérias complexas como os contratos swap.

elsa roncon santos, que foi ouvida na comissão de inquérito aos contratos de risco, referiu que chegou a ponderar a contratação de mais efectivos para a dgtf, a quem cabe a tutela financeira do sector empresarial do estado, para acompanhar esta e outras matérias, como as ppp, mas tal proposta não foi acolhida pela tutela.

“eu estava decida a ser mais ambiciosa e queria uma contratação externa. mas disseram que não era possível”, disse. ainda assim, acrescentou, “não posso deixar de salientar esforço e dedicação dos funcionários da dgtf, que assegura funções que nem sempre foram acompanhadas pela disponibilização necessária dos meios”.

direcção-geral alertou para os swap em 2011

elsa roncon santos avançou ainda que foi feita uma proposta à ex-secretária de estado, no sentido da dgtf chamar até si os contratos de gestão do risco financeiro assinados pelas empresas públicas em outubro de 2011, poucos meses depois do executivo de passos coelho tomar posse.

porém, a proposta da dgtf “não teve acolhimento” por parte da ex-secretária de estado do tesouro e agora ministra das finanças. maria luís albuquerque entendeu que “sendo o igcp responsável por gerir a dívida pública directa seria a entidade com capacidade para gerir a dívida pública indirecta”, explicou elsa roncon santos.

o igcp, contudo, só veio a iniciar as negociações com as empresas públicas e com os bancos envolvidos nos contratos de risco em novembro de 2012, quando as perdas potenciais já eram estimados em mais de três mil milhões de euros.

(última actualização às 17h54)

ricardo.rego@sol.pt