Pedro Strecht, D. José Ornelas e D. Manuel Clemente ouvidos hoje no Parlamento

Até 12 de abril, foram validados um total de 290 testemunhos de abusos de menores. 

A Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais contra as Crianças na Igreja Católica (coordenada por Pedro Strecht), o cardeal Patrarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, e o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, D. José Ornelas, serão ouvidos, esta terça-feira, na Comissão de Liberdades e Garantias.

A primeira será ouvida pelas 14h a requerimento dos Grupos Parlamentares do Chega, do PS e do PSD sobre o conteúdo do Relatório Final ‘Quebrar o Silêncio’ e respetivas recomendações, como é possível ler no site oficial do Parlamento. Volvidas duas horas e meia, será ouvido D. Manuel Clemente, “a requerimento do Grupo Parlamentar do Chega, sobre as recomendações do Relatório Final ‘Quebrar o Silêncio’ e a perspetiva da Igreja Católica sobre a anunciada mudança de paradigma nesta matéria”. Uma hora e meia depois, será ouvido D. José Ornelas, a pedido dos Grupos Parlamentares do Chega e do PS, pelos mesmos motivos.

Até 12 de abril, foram validados um total de 290 testemunhos de abusos de menores. Em conferência de imprensa, naquela altura, o cordenador da Comissão Independente, disse que “alguns” testemunhos “foram entregues em mão” ao Ministério Público e frisou a importância de “manter a relação aberta e de confiança mútua” com a Conferência Episcopal Portuguesa, assim como a “todos os elementos da Igreja Católica em Portugal” de forma a levar “este estudo a zonas ainda mais profundas do conhecimento para que não fiquemos limitados num conteúdo de superfície”. E deixou claro: “A Igreja e toda a sociedade civil podem continuar a contar com a Comissão Independente para prosseguirmos juntos pela verdade”. 

Assim, o responsável explicou que todos os casos de abusos de menores estão “a ser analisados individualmente” de modo a “triar situações de crimes não prescritos ou de risco de continuidade dos mesmos, em articulação com o Ministério Público”. Desde modo, para ajudar nas investigações, foram efetuados “muitos contactos diretos” com várias instituições e entidades, assim como pessoas individuais que “possam ter dados” sobre os abusos cometidos.