Fragata marroquina é o primeiro navio combatente estrangeiro a reparar no Alfeite

A fragata marroquina “Hassan II” chega na segunda-feira ao Arsenal do Alfeite (AA), sendo o primeiro navio combatente estrangeiro a reparar por aqueles estaleiros, disse hoje à agência Lusa fonte da administração daquela empresa pública.

Os trabalhos deverão decorrer durante seis semanas e visam a revisão periódica e reposição da condição do casco, incluindo limpeza e pintura integrais, verificações dos sistemas de propulsão, governo e estabilização de balanço, explicou a mesma fonte.

Durante esta operação serão realizados outros trabalhos complementares, como a limpeza de tanques, revisão e reparação de válvulas de casco, aferição de condição das linhas de veios e do leme, inspecção e beneficiação de amarras e ferros, assim como a reposição do sistema de protecção catódica.

Esta será a segunda reparação de um meio naval da Marinha Real de Marrocos no Alfeite, depois do navio de apoio logístico “Dahkla”, no final de 2012.

A fragata “Hassan II”, da classe “Floreal” de projecto e construção francesa, é o primeiro navio combatente estrangeiro a docar naqueles estaleiros, tendo 93,5 metros de comprimento e um deslocamento de 2.950 toneladas.

Pode navegar a uma velocidade máxima de 20 nós e conta com uma guarnição de sete oficiais e 93 sargentos e praças.

Segundo fonte da administração do AA, empresa totalmente pública e tutelada pela holding pública Empordef, através de um “reforço” da relação com aquela Marinha, prevê-se que nos próximos meses “outros navios venham a reparar” naqueles estaleiros, “alguns dos quais com tipologias de reparação mais abrangentes e extensivas”.

“Estas encomendas da Marinha Real de Marrocos são o resultado de uma intensa política comercial desenvolvida pelo Arsenal do Alfeite, com vista a diversificar a sua carteira de clientes”, sublinhou a mesma fonte.

A empresa explica que estes contratos resultaram de uma visita anterior a Marrocos realizada pelo ministro da Defesa Nacional e pelo presidente da Empordef, “uma das várias missões comerciais desenvolvidas a nível governamental e interempresarial” para “abrir novos mercados”, processo em curso “há mais de um ano”.

O objectivo, sublinhou a mesma fonte, passa por procurar “alternativas aos serviços de reparação naval e manutenção”, cuja actividade continua “muito dependente das encomendas da Marinha Portuguesa”. Nomeadamente através da diversificação para empresas comerciais e outras marinhas nacionais, “valorizando a capacidade instalada em termos da sua infraestrutura e dos seus recursos humanos altamente qualificados”.

No caso da fragata “Hassan II”, o AA vai garantir também o apoio logístico à guarnição do navio, desde o alojamento à alimentação e transportes internos, para “assegurar a maximização da eficiência deste projecto”.

Esta operação conta ainda com o apoio da Marinha portuguesa, como na “complementaridade no apoio logístico à guarnição” da fragata marroquina.

Lusa/SOL