Carla Hilário Quevedo

A notícia de que os nomes e moradas de pedófilos estarão disponíveis ao público deve ser recebida com preocupação.

Nem o mais rancoroso dos republicanos pode ficar insensível às celebrações do Jubileu de Isabel II. Não sendo monárquica, para tristeza do meu avô, que Deus o tenha, mas também nem republicana no sentido francês da palavra, tenho agora pena de não ser uma súbdita de Sua Majestade.

A presidente do FMI, Christine Lagarde, numa entrevista ao Guardian, afirmou que, no que respeita à Grécia, pensa nas pessoas que estão constantemente a tentar fugir aos impostos.

Na cena II do segundo acto da peça Romeu e Julieta, de William Shakespeare, Julieta, a única filha dos Capuleto, diz os célebres versos: «What’s in a name? that which we call a rose/ By any other name would smell as sweet».

Não gostei de ouvir o primeiro-ministro a usar as palavras ‘desemprego’ e ‘oportunidade’ na mesma declaração. A oportunidade de mudar de vida não é bem a mesma para todos.

O triunfo de François Hollande nas eleições francesas entusiasmou a esquerda europeia e deprimiu os mercados financeiros.

Fiquei triste com a morte do eurodeputado Miguel Portas. Não pertencia ao seu círculo de amigos, não partilhava das suas ideias políticas, mas seria absurdo dizer que estávamos nos antípodas ideológicos.

Li a letra da canção que acompanha a campanha Zero Desperdício e não me pareceu feliz, tal como não o é o mote da campanha ‘Portugal não se pode dar ao lixo’.

Um dia, o país acordava e não havia a possibilidade de oprimir o próximo. Em vez das praxes, as universidades fariam recepções calorosas aos novos alunos.

Estamos habituados a ver os políticos em campanha eleitoral a fazer coisas que parecem extravagantes, mas que não são mais que tentativas de conquistar o eleitorado.

Assistimos às imagens dos confrontos entre a Polícia e os manifestantes no Chiado. Vimos a carga policial e ouvimos as comparações absurdas às manifestações na Grécia.

Tive pena de não poder assistir à tertúlia da passada semana organizada pelo SOL no restaurante Oito Dezoito. O tema em cima da mesa era o amor e, segundo li na edição impressa do jornal, Maria do Céu Santo fez uma observação surpreendente.

O caso clássico do homem que espanca a mulher e é perdoado tem agora a sua versão com celebridades. Vão ser felizes até ao dia em que Rihanna for parar ao hospital.

Os ricos não demonstram ter a percepção das necessidades dos outros, ao contrário dos pobres, que parecem ter uma ideia mais apurada das emoções alheias.

O ‘digitus impudicus’, que apareceu primeiro na Grécia Antiga e depois em Roma, acabou por se tornar tão comum que o seu intento perdeu força.

Se a estátua da operária Carla for construída, estará pronta em Maio, altura em que Sarkozy terá perdido as eleições. Chegará tarde a propaganda feita em bronze.

Whitney Houston era a digna sucessora de vozes únicas. Era uma Aretha Franklin mais bonita e elegante. Nem Christina Aguilera, nem Beyoncé, nem Mariah Carey fazem parte dessa linhagem.

A doutrina cristã está preocupada com a sacralidade da vida. Os políticos têm o dever de proteger a liberdade individual dos cidadãos.

O célebre ‘mulheres e crianças primeiro’ é relativamente recente. Até meados do século XVII acreditava-se que só Deus podia decidir o destino de cada um e por isso valia tudo.