Não é verdade que o panorama da imprensa tenha mudado de um dia para o outro, mas é certo que as mudanças se tornaram evidentes num curto espaço de tempo.
O caso de injustiça das Pussy Riot sofreu uma reviravolta. Yekatarina Samutsevich, condenada juntamente com Maria Alyokhiniva e Nedezhda Tolokonnikova, foi libertada.
Graças ao iPhone, ao Twitter e a um espectador boquiaberto, pouco antes das 15h30 de domingo passado na Tate Modern, ficámos a saber pouco depois do sucedido que o quadro ‘Black on Maroon’, de Mark Rothko, foi vandalizado.
Há vários comentadores que defendem que a crise política que vivemos (além de todas as outras) devia ter sido «resolvida em privado».
O discurso da necessidade de nos sacrificarmos quase todos para pagar o buraco gigante de dívidas contraídas pelos responsáveis políticos ao longo de décadas ultrapassou os limites do suportável, com as medidas anunciadas de alegado combate ao desemprego.
O que aconteceu àquela velha máxima: ‘O que se passa em Las Vegas, fica em Las Vegas?’. Aconteceram os telemóveis com câmara incorporada e a negligência da guarda de segurança da Casa Real britânica. Graças à combinação destes dois factores demoníacos – a bisbilhotice e a apatia – fotografias do vencido Príncipe Harry num jogo…
Francisco Louçã comunicou ao país a sua saída do Bloco de Esquerda. Saiu a meio de Agosto, mas a comoção que provocou nas televisões foi a mesma do que se o tivesse anunciado em Outubro. Curioso foi o meio que usou para dizer que se ia embora: o Facebook.
Vi e ouvi a nossa grande atleta Rosa Mota a dizer que torcia por Yohan Blake na corrida de 200 metros e não por Usain Bolt, porque não gostava «daquelas fitas».
Ouvi um grito de horror vindo da rua pouco depois da falsa partida de Sun Yang na corrida de natação dos 1.500m estilos. Trazia uma medalha de ouro dos 400m estilos e era o favorito à vitória.
A exposição Tarefas Infinitas no Museu Gulbenkian parece fazer sentido num futuro próximo de livros electrónicos. Será, então, cedo para celebrarmos o livro como obra de arte?
A menos que as notas sejam queimadas e as moedas derretidas, o dinheiro nunca desaparece da face da terra. Pode ser transformado em bens e assim ficar sujeito a não valer tanto.
Há dias assistimos pela televisão a um acontecimento insólito em Hyde Park. Bruce Springsteen e Paul McCartney tocavam alegremente para 65 mil pessoas, quando, de repente, ficaram silenciosos.
A burla de que tivemos conhecimento na semana passada que terá lesado o Serviço Nacional de Saúde em muitos milhões de euros, com a participação de médicos e farmacêuticos, tem uma imoralidade acrescida ao banal crime de roubo.
Já aqui tive oportunidade de defender a existência da Fundação Saramago. José Saramago é Prémio Nobel da Literatura e esta realidade é mais importante do que qualquer opinião sobre a sua obra.
Numa mensagem ao Congresso Eucarístico Internacional em Dublin, o Papa Bento XVI afirmou que os casos de pedofilia no clero «minaram a credibilidade da mensagem da Igreja».