Já todos sabíamos que o ensino à distância ia voltar, só ninguém entendeu qual o benefício desta pausa de 15 dias…
Depois do desastre causado pela falta de medidas no Natal, esperava-se que o Governo agisse de forma rápida com medidas mais eficazes.
Seria esperado que os portugueses não precisassem de multas e regras para adotarem comportamentos seguros mas, infelizmente, não é isso que acontece…
É precisamente nos momentos em que nos sentimos mais vulneráveis e desprotegidos que eles nos acolhem. Quando somos acometidos por alguma maleita inesperada e nos vemos deitados numa cama de hospital sem saber bem o que nos espera.
Gostaríamos de voltar a ter, não só uma casa cheia de família, mas de proximidade, de abraços, de beijinhos, de gargalhadas sem máscaras e com uma enorme descontração e sem receios.
Desde que apareceram os primeiros joguinhos eletrónicos que alguns pais se depararam com o reverso da medalha dessa distração.
“Como é possível obrigar uma criança sem sono a estar num desconfortável catre durante horas sem fazer barulho?”
Os jovens são uns malandros porque estão sempre agarrados ao telemóvel, mas não foram eles que os inventaram, que os compraram, nem que permitiram o seu uso no recinto escolar.
Alguns pais desresponsabilizam-se de uma das suas maiores tarefas: a de educar, guiar, impor limites. Como se as crianças tivessem maturidade suficiente para decidir acerca de tudo
Apesar dos conselhos de Gepetto, do grilo falante e da fada, Pinóquio tem de experimentar a vida, de a ver com os seus próprios olhos, de falhar e de ser enganado algumas vezes para depois decidir o que quer.
Talvez esta fosse uma boa altura para fazer uma boa revisão curricular e repensar o programa escolar em vigor. Não permitir que os números e os resultados sejam o foco, como parece ser em tudo, e haver a preocupação de que os alunos aprendam bem aquilo que é verdadeiramente importante.
Não somos só nós que fazemos testes à covid, a covid tem-nos testado e posto à prova como nunca, e infelizmente têm vindo ao de cima, além de todas as fragilidades do nosso SNS que já eram mais ou menos evidentes, uma série de contrassensos, falta de bom senso, decisões e injustiças muito pouco louváveis…
O problema é que tal como não conseguimos caminhar prazerosamente com uma mochila demasiado cheia e pesada, a vida também será mais simples se tiver apenas o que é essencial. Será mais leve, mais fácil e aquilo que é realmente importante ganhará mais vida e importância.
Os mais novos têm sido deixados à porta das escolas como na roda dos enjeitados. Mal se despedem dos pais, com máscaras e filas à mistura, são recebidos por alguém que parece saído de um laboratório de experiências perigosas e lá entram, não sabemos bem para onde, porque a partir daí é tudo um mistério…
Nenhuma idade é boa para estas manhãs insanas. Nem mesmo a nossa.
Há adolescentes que já sabem tanto da vida, mas nunca aprenderam o básico.
A médica desinfetou as mãos umas boas dezenas de vezes e depois de me ouvir saiu, conferenciou com os colegas, e quando voltou repetiu o mesmo ritual.
A proibição da entrada dos pais na escola é de uma enorme violência e irracionalidade. Todos sabemos como é importante o apoio dos pais para garantir a segurança na entrada de um espaço novo e de como às vezes os mais novos precisam de tempo para mais um abraço, para ficarem mais um bocadinho, sobretudo…
Há muitos pais a improvisar pequenos grupos de crianças com uma professora ou educadora arranjada à pressão.