Para ser grande, sê inteiro / Nada teu exagera ou exclui, escreveu Ricardo Reis, exortando à plenitude. Escrita há um século, a advertência mantém a actualidade porque persiste uma doença social, com causas diversas mas o mesmo resultado: a renúncia a uma parte da vida. Há pessoas que nascem fadadas para realizar, parecendo viver duas…
Um canal de televisão pôs no ar um programa sobre turismo, a propósito da época que passa e da avalanche de gente que ameaça invadir a nossa terra. A análise das vantagens e desvantagens associadas à descoberta de Portugal como destino de eleição incluiu reportagens dos diversos pontos de passagem dos turistas, das cidades ao…
Acontecimentos recentes fizeram-me voltar ao magnífico Salazar e os Milionários, que Pedro Jorge Castro escreveu e a Quetzal editou em 2009. A segunda leitura consolidou a ideia de quanto a correspondência revelada é fundamental para a compreensão das relações entre o dinheiro e o poder no Estado Novo. Salvo honrosas exceções, o que ali se…
O título pertence a Carlo M. Cipolla (As Leis Fundamentais da Estupidez Humana) e vem a propósito da incompetência de quem governou a Europa nos anos do subprime. Invoca-se, como atenuante, o facto de se tratar da primeira crise global, mas nada justifica a cegueira de políticos, reguladores, académicos e comentaristas, cúmplices de uma devastação…
Há uma piada que avisa: «Depois dos cinquenta, o ridículo não é andar de bicicleta, é usar calções de lycra». A frase pode ferir, mas não deixa de ser verdade. A sensibilidade do tema justifica que a crónica seja antecedida de uma respeitosa explicação aos zeladores do falar ‘correto’, com desculpas antecipadas se, acaso, ferir…
Com intervalo de poucos dias, o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos condenou por duas vezes o Estado português. Para o caso, não relevam eventuais erros que o TEDH veio corrigir, mas choca a indiferença com que as decisões foram recebidas, como se fosse pacífica a ideia de que o ‘caso Casa Pia’ foi uma balbúrdia.…
Um ‘fascista empedernido’ e um ‘perigoso comunista’ a dialogarem educadamente? Onde já se viu?
No Chiado já não há violetas nem livrarias com trunfos nas montras – hoje ocupadas por trastes empilhados ao acaso
Nas estações, o ‘maquinista’ reconhece antigos passageiros, à janela de comboios vazios: são os que passaram a vida a mudar de comboio
Quem tem os ouvidos fechados para tudo o que é diferente do que pensa, não aprende
E se Marcelo sugerisse ao Rei de Espanha o nome de Placido Domingo para Nobel da Paz?
O silêncio é condição primária para a reflexão, sendo uma necessidade tão básica como as férias e fins de semana
Enviei a primeira crónica para o SOL, a propósito do 25 de Abril do ano passado, com um protesto pela ausência de referências ao marco da fundação da democracia: a Assembleia Constituinte. Este ano voltei a estranhar a relutância em lembrar, e reconhecer, a coragem dos deputados que enfrentaram a violência de colegas que prometiam…
Que diferença se operava naquelas cabeças… em apenas vinte minutos! Entravam pajens, saíam fidalgos!
Em Espanha nasceram a Telefónica, o Santander, o El Corte Inglés; nós tivemos por cá a PT, o BES, os Armazéns do Chiado
Quem nos visita– venha de Angola ou da China − enriqueceu numa geração? E daí?
Em muitas organizações, os zeros são empurrados para cima pelos que estão em baixo