Na Revelação cristã, a história de Deus encarna nas histórias dos homens. O que é lógico, porque Deus se faz homem. Na narrativa da Paixão segundo S. Mateus, no Evangelho de Domingo de Ramos, esta dialéctica do divino e do humano é flagrante e comovente.
Conheci Goulart Nogueira no Café Aviz, no Verão de 1961. Tinha vindo passar uns dias a Lisboa, nas férias grandes, e o Zarco Moniz Ferreira, que era o fundador e chefe do Jovem Portugal, apresentou-mo. A ele e ao António José de Brito. Na altura publicavam o Tempo Presente, uma revista nacionalista e modernista. O…
Este artigo de opinião foi originalmente publicado na edição impressa do dia 20 de Março
A razão por que muita gente acha absurdas ou até impossíveis certas situações que se repetem é porque as mentalidades fabricadas no absolutismo ideológico negam, até ao paroxismo, factos que as contradigam.
Na noite de 27 para 28 de Setembro de 1974, as ‘forças democráticas’, receosas de uma inversão de marcha no PREC, decidiram neutralizar os responsáveis dos partidos, dos movimentos políticos e dos jornais da Direita.
A Arábia Saudita continua a ser um Estado chave na equação económica, securitária e militar do Médio Oriente. Os Estados Unidos, apesar de alguns aspectos ideológicos conflituais, sabem isso e por muito que as instituições políticas do reino – uma monarquia tradicional de inspiração teocrática – sejam diferentes das da república norte-americana, sempre mantiveram a…
O discurso de Barack Obama por ocasião da National Prayer despertou grande indignação entre os cristãos americanos, que o interpretaram como uma tentativa de ‘equivalência moral’ (ou imoral) entre religiões.
A grande novidade do ‘Estado Islâmico’ é ser um Estado com território, população e Governo. Um Estado que reivindica o califado – e através dessa reivindicação a legitimidade da umma, a comunidade dos crentes.
O pensamento realista esquece às vezes que a realidade muda. Caindo no extremo oposto do pensamento utópico, que tende a desprezar a História, a Geografia, a Religião, a Cultura, como condicionantes do político, olha como imutáveis esses factores; mas, como alguns deles mudam, pensa sobre uma realidade que já não é real, fixando-se noutra utopia.
Domingo, 25 de Janeiro, completaram-se quatro anos sobre as primeiras manifestações na Praça Tahrir, do Cairo, que levariam à queda do então Presidente e homem-forte do Egipto, Hosni Mubarak. Estas manifestações vinham no rasto dos acontecimentos na Tunísia, desencadeados pela auto-imolação de um jovem vendedor ambulante, desesperado com as condições de vida e a humilhação…
Esta Europa-Disneylândia do pós-Guerra Fria, adiado país da Cocanha de macroeconomistas e micropolíticos, só acorda para a realidade pela ganância do lucro ou pelo sobressalto do medo. De resto, está insensível, surda, muda, amordaçada por preconceitos ideológicos e correcções políticas, do antifascismo à globalização. E quando acorda é como se estivesse robotizada, manifestando-se em slogans…
O que é o jihadismo militante? Quais os seus objectivos? Quais os seus recursos humanos e materiais? E, sobretudo, o que quer, e por que é que odeia e ataca a Europa, o Ocidente, esse Outro que também somos?
Existe uma guerra de civilizações? Há um confronto entre o mundo islâmico, os países e as comunidades religiosas e culturalmente identificadas com a religião do Alcorão e o ‘Ocidente’, o mundo judaico-cristão?
Existe uma guerra de civilizações? Há um confronto entre o mundo islâmico, os países e as comunidades religiosas e culturalmente identificadas com a religião do Alcorão e o ‘Ocidente’, o mundo judaico-cristão?
O fim do ano de 2014 – o ano do centenário da Grande Guerra, a mãe de todas as guerras e de toda a História do século XX – devia aconselhar alguma prudência aos responsáveis ocidentais.
A mudança do quadro político-diplomático das relações Estados Unidos-Cuba, além do natural simbolismo e sensacionalismo da surpresa, traz questões importantes e polémicas em termos da política interna norte-americana.
Confrontados com o passado, tendemos a racionalizar todo o acontecido como tendo tido forçosamente que acontecer. As grandes religiões – com um Deus previdente e provedor – e os grandes determinismos históricos, como o marxismo, empurraram-nos para estes caminhos. Caminhos que também os conservadores e reaccionários franceses da segunda metade do século XIX – Renan,…
Num debate intitulado ‘A Rússia no Contexto Global’, que decorreu no passado dia 1 de Dezembro na New York University, Nicolai S. Petro, um académico, historiador e diplomata especialista na Rússia e antiga União Soviética, declarou, na sua apresentação: “O conflito na Ucrânia é entre comunidades ‘nacionais’ que têm diferentes ideias sobre o que significa…
Vou a França, para uma reunião do ‘Clube de Nice’, sobre ‘Energia e Geopolítica’. Voo de Lisboa a Marselha e dali, de comboio, a ver, através da chuva forte do fim de Novembro, estas cidades e praias míticas da Côte d’Azur – Saint Tropez, Saint Raphael, Cannes, Antibes, até Nice.