Quando Howard Zinn, autor e historiador engagé, publicou A People’s History of the United States (1980), pretendendo reescrever a história da nação do ponto de vista dos vencidos, dos oprimidos, dos ofendidos, não deixou de denunciar o esmagamento dos Estados confederados e a ambiguidade do Governo da União na defesa dos direitos dos negros, revelando…
Margaret Thatcher morreu a 8 de Abril e teve a 17 um funeral que a Inglaterra, sempre mestra no modo de valorizar a substância através da forma, reserva para os seus líderes e heróis.
Durante quinze anos, entre 1987 e 2002, vinha aqui uma média de quatro ou cinco vezes por ano, ficando no mesmo hotel, o Sant’Anna, no Borgo Pio, um edifício que, como todas as casas da rua, tem à volta de quinhentos anos.
A primeira semana de Abril foi cheia de acontecimentos – bons e maus – nos países da CPLP: na quinta-feira, 4, em Luanda, celebrou-se o 11.º aniversário do Acordo de Paz entre o Governo e a UNITA na fortaleza de S. Miguel, agora sede do Museu Nacional de História Militar de Angola.
No século XV, precisamente no Verão de 1415, com a expedição a Ceuta, Portugal começava um novo ciclo da sua História e da História mundial.
Considerando a ‘apagada e vil tristeza’ em que estamos mergulhados, nunca sei se a lembrança de tempos melhores e mais gloriosos serve de agudização de amarguras e penas, se de estímulo à esperança e à luta contra a degeneração.
Não deixa de encerrar um toque de ironia trágica este reentoar do ‘Grândola’ com que os contestantes do Governo e da troika desceram no sábado à rua.
A renúncia de Bento XVI criou perplexidade fora e dentro da Igreja: os ateus, os agnósticos, os laicos, os indiferentes, quiseram ver no gesto do Papa um gesto positivo que tornaria a Igreja mais humana, menos sagrada, mais parecida com um partido ou com uma empresa em que o líder, o Administrador em dificuldades, pede…
Zero Dark Thirty (00:30 – A Hora Negra) é um filme sobre a morte de Bin Laden mas é também um filme sobre a América, a política, a razão de Estado e a natureza humana. Tem coisas de um spy-thriller de nostalgia e risco à John Le Carré e até do Harlot’s Ghost de Mailer…
No fim-de-semana, François Hollande ao lado do Presidente maliano Dioucounda Traoré, recebia um banho de multidão em Bamako e Timbuctu.
Morreu no domingo, 27 de Janeiro. O coronel Jaime Neves, (para mim será sempre assim, a promoção a tenente-general não atrasou nem adiantou nada ao homem nem à obra).
Os franceses manifestaram-se em Paris, no domingo, 13 de Janeiro, contra a lei que, se aprovada, permitirá o casamento e a adopção por casais de pessoas do mesmo sexo.
Parece uma actualidade dos tempos dos anos 60, com os soldados franceses naqueles camuflados que lembram os ‘lagartos’ do Bigeard a embarcarem nos Transall: as mochilas e boinas verde militar, as armas pessoais à bandoleira, o cabelo rapado, aquele ar de operacional blasé, de quem está pronto a meter na ordem todos os rebeldes, insurrectos,…
Ele correspondia a esse modelo do ‘bom civilizado’ que diz aquelas coisas simpáticas, boazinhas, moralizantes, sem querer saber da realidade.
No Wall Street Journal, Robert D. Kaplan escreve sobre o equívoco das elites euroamericanas ao darem como garantido e adquirido o triunfo dos grandes princípios ou valores da Ilustração – individualismo, humanitarismo, igualitarismo, internacionalismo, globalização mediática e financeira.
Vi há duas semanas, em Washington, no Smithsonian American Art Museum, a exposição The Civil War and American Art.
«Para perceber a geopolítica do século XXI, temos de começar com o século XX, o que quer dizer com a Europa». A frase é de Robert D. Kaplan no seu último título – The Revenge of Geography.
A história anda às vezes muito depressa, outras, devagar demais. Quando se trata da fúria da destruição e do terror é vertiginosa; mas os despojos e imagens dessa fúria persistem, como clichés, além da sua passagem. E não passam.