Elsa Dorlin dedica um capítulo à breve história do porte de armas, demonstrando que esta não representa mais do que as primícias de uma narrativa hegemónica, inscrita e ditada pelos reis, os nobres, os aristocratas e os mercadores, um fetiche sinistro daqueles que nos governam e que têm em vista o desenvolvimento de um sistema…
Deus na Escuridão é o romance que encerra a série “Irmãos, Ilhas e Ausências”. Arrevesado entre ser menino e purificado para anjo, Valter Hugo Mãe insiste em fazer da literatura uma triste e vicarial missa publicitária, onde o livro aberto surge como hóstia comovida para consolar as massas.
Após 40 anos de escrita e uma carrada de prémios, as palavras de Mia Couto continuam em águas de bacalhau. Enquanto o país dorme, os júris, os jornalistas, os ministros e os administradores sentam-se à mesa com os talheres de prata e os copos de cristal para elogiar o último livro de contos do escritor.
Após a chegada de Hitler ao poder, em 1933, Beradt era então uma jovem de vinte e poucos anos quando decidiu iniciar uma invulgar recolha de testemunhos, mapeando mais de trezentos sonhos que lhe foram ditados por cidadãos alemães, expondo os efeitos subterrâneos da difusão da ideologia e do terror nazis.
Dois anos depois de Má Sorte no Sexo ou Porno Acidental (2021), Radu Jude regressa com Não esperes demasiado do fim do mundo (2023).
Em Suicídio vemos colmatado o último assento da produção literária: o cruzamento entre a realidade e a ficção, a coincidência entre a vida e a obra, num livro narrado a partir das palavras de um suposto amigo do morto. Temos assim que a carta de suicídio de Levé nos é revelada enquanto “carta a um…