Os cortes de quatro mil milhões de euros na despesa do Estado chegam amanhã à mesa do Conselho de Ministros, confirmou o SOL junto de várias fontes do Governo.
A coerência política do CDS e o apego aos princípios do partido de Paulo Portas não poderiam ficar melhor demonstrados do que neste lançamento de candidaturas autárquicas.
António Costa resolveu que era agora o momento de pôr abertamente em causa a liderança de António José Seguro no PS. E engendrou a tese de que a má relação de Seguro com o consulado e a herança de Sócrates no PS deixou o partido «diminuído» e «sem capacidade de confrontação» política.
O Governo decidiu hoje, em reunião do Conselho de Ministros, deixar cair as hipóteses de privatizar ou concessionar a RTP. A opção imediata será, assim, a reestruturação da empresa pública.
Passos Coelho foi no domingo ao encerramento do Congresso do PSD-Açores, onde lembrou ao PS que considera estar «mais do que mandatado», pelo voto dos portugueses, para levar à prática as reformas necessárias à redução dos tão falados 4 mil milhões de euros na despesa do Estado.
Os números da execução orçamental de Dezembro só no início da semana ficarão fechados nas Finanças, mas no Governo já se generalizou a confiança de que o objectivo de atingir os 5% de défice nominal em 2012 será cumprido.
As medidas avançadas no estudo do FMI só poderão ter surpreendido quem não tenha reflectido minimamente no assunto.
A maior – e mais determinante – incógnita política deste ano de 2013 não é saber-se se Portugal vai mesmo regressar aos mercados em Setembro, qual a dimensão da inevitável hecatombe autárquica do PSD nas eleições de Outubro ou se Vítor Gaspar conseguirá chegar ao final de Dezembro com um défice de 4,5% do PIB.
O simpático bispo emérito de Setúbal, D. Manuel Martins, veio esta semana alertar as consciências dos católicos para o facto de «os governantes não estarem à altura do momento».
Não foi no último Conselho de Ministros do ano velho, e pode nem ser no primeiro do ano novo. As divergências na coligação sobre o caminho a dar à RTP voltaram a atrasar a decisão sobre o modelo de privatização da empresa.
O passado domingo não foi um dia feliz no que respeita à comunicação política do primeiro-ministro. Passos Coelho não se poupou e fez três intervenções públicas num só dia: em Penela, mais tarde no Congresso da JSD e, já à noite, numa entrevista ao Porto Canal.
Durão Barroso deu há dias, numa entrevista, a mais inverosímil das respostas sobre o seu interesse numa corrida a Belém: «Não sei exactamente qual é a data» das próximas presidenciais em Portugal…