Questionei-me sobre o significado do cartaz e os motivos que terão levado o seu autor a produzi-lo e colá-lo na parede na rua, anonimamente. Recordei, ainda, o poema de Alberto Caeiro: «Falaram-me os homens em humanidade, / Mas eu nunca vi homens nem vi humanidade. / Vi vários homens assombrosamente diferentes entre si. / Cada…
Esta frase de O Velho do Restelo cruzou o meu caminho na Avenida Elias Garcia, em Lisboa, e diz: «Quem criou o espelho conseguiu envenenar a nossa pobre alma»
Este painel de azulejos com a frase escrita encontra-se nas rochas das Furnas, na Ericeira, e foi fotografado pela Ana. Diz: «Quando se navega sem Destino, nenhum Vento é favorável».
A felicidade é, pois, habitualmente, medida em função das nossas expetativas. Se temos expetativas demasiado altas, é natural que nos pareça que tudo fica aquém do que sonhámos e, como tal, nos sintamos infelizes. Pelo contrário, quando tudo corre como gostaríamos, parece que somos felizes.
Esta frase estava pintada no chão da Av. Duque d’Ávila, junto ao Arco do Cego, em Lisboa, numa estrada, entretanto, repavimentada, e proclama um desejo: «Sê feliz».
Independentemente do tipo de amor, é muito importante que, na vida, haja amor para sermos felizes.
Esta frase, que a Patrícia e a Cristina me enviaram, fotografada em Tomar, diz: «Sorri. Estás a ser manipulado». Enquadrada por um ecrã de televisor, pretende significar que a comunicação social, tal como as redes sociais, nos manipulam.
Deus dá-nos os dentes, dá-nos a nogueira, e dá-nos a coragem, o alento, a força de vontade para viver, mas as nozes, essas, somos nós que as conquistamos ou não.
É muito difícil viver num ambiente que nos rouba tantas horas para nos deslocarmos para casa, para o trabalho ou para ir passear; tempo perdido nas filas de trânsito ou dos transportes públicos, o que condiciona o nosso estado de espírito e nos leva a sentir sempre em falta, sempre com pressa, sempre a correr.
A rua sempre foi o local privilegiado para escrever frases de natureza política, de contestação social, de revolta, mas, sobretudo, de apelo à adesão ou mobilização dos outros. Escrever uma palavra de ordem numa parede é um gesto consciente de mobilização de quem passa e lê o que está escrito.
Penso que todos sabemos que as emoções partilhadas nas redes sociais são falsas e não temos sequer a ilusão de que poderão ser verdadeiras. Sabemos bem, como diz o poeta Vasco Gato, que «por ti aprendi como as coisas se tocam». É com os outros que aprendemos a tocar o mundo.
Há situações em que, efetivamente, sentimos o coração bloqueado, em que não estamos disponíveis para amar, seja porque já sofremos algum desgosto ou apenas porque não estamos recetivos a que outra pessoa entre na nossa vida e partilhe os nossos segredos recônditos. Acalentamos, no entanto, a esperança de ser «salvos» por um coração disponível, com…
Realmente, pode-se dizer que a criança é a máscara do velho tal como se poderia dizer que o velho é a máscara da criança, porque todos, quando nascemos, caminhamos para a velhice.
É fácil observarmos esta verdade, em nós, nos outros, no mundo à nossa volta. É a mudança que faz de nós aquilo que somos.
Esta frase, inscrita num azulejo, recomenda: «Bem podias viver hoje», num eco da canção de António Variações. Diz o cantor: «É pr’amanhã / Bem podias viver hoje. / Porque amanhã sabes que não vais cá estar. / Ai, tu bem sabes que a vida foge. / E nada fazes para a agarrar.» Trata-se de um…
A frase citada faz parte da ilustração de um vidrão na zona da Av. Alexandre Herculano, em Lisboa, que transcreve parte do conto A Contradição Humana de Afonso Cruz: «Apesar de comer tanto açúcar, é uma pessoa amarga».
Esta frase, que cruzou o meu caminho no Porto e diz «Somos todos estrangeiros», ganhou um significado mais óbvio e mais sentido ao visitar Auschwitz. Aqui, ao revisitar o horror do Holocausto, na angústia que cala fundo e faz suster a respiração, perguntamo-nos qual o sentido de um campo de concentração, criado inicialmente para alojar…
Esta longa afirmação, perto da Av. do Brasil, em Lisboa (entretanto já tapada com tinta branca), diz: «Um acto de simpatia da parte de um sem-abrigo perante nós é encarado com desconfiança. O mesmo gesto da parte de um burlão mascarado de fato e gravata é sinónimo de amabilidade e gentileza!» Trata-se de mais uma…
“Cada pessoa nasce num contexto determinado, numa família específica, num ambiente concreto. Mesmo que desejássemos que assim não fosse, o contexto em que se nasce influencia grandemente aquilo que cada um pode ser”