Este primeiro verso de um poema de Álvaro de Campos/Fernando Pessoa remete para a inadequação que algumas pessoas sentem constantemente, outras sentem em alguns momentos, e outras não chegam a sentir, e que é uma falta de tato para gerir a própria vida, para aceitá-la, tentando adequá-la aos objetivos e moldá-la como um pedaço do…
Na maior parte das vezes, por comodismo, habituação ou apenas porque fomos obrigados a agir assim, acabamos por dar razão a Camões quando afirmou que “É covardia ser leão entre ovelhas”
E se já é tão fácil tropeçar nas palavras e cair no lugar-comum, muito mais simples será quando há atalhos, quando lá chegamos diretamente, sem necessidade de grandes raciocínios, amparados por muletas vocabulares ou ideológicas.
A frase pintada na parede faz inclusivamente parte de um poema do poeta brasileiro Daniel Lima, em que categoricamente desmente Descartes
E, realmente, muitas vezes sentimo-nos assim e gostaríamos de mudar o rumo das nossas vidas. Mas, muitas vezes, falta-nos a coragem, a vontade ou a força para fazê-lo.
O que será, então, que faz com que nos apercebamos de que não vivemos realmente no tempo presente, de que estamos presos ao passado, às memórias que guardamos de momentos felizes, tristes, ou simplesmente marcantes?
Tudo seria bem mais fácil se, em vez de complicar, como habitualmente fazemos, aprendêssemos a tornar as relações humanas mais simples.
Aproveitemos, pois, para pensar e, quando possível, pensemos com o coração…
Esta chamada de atenção, há vários anos inscrita nas escadas de acesso ao parque de estacionamento do Martim Moniz, acaba por passar despercebida, dada a sua localização. A imagem que acompanha a expressão, mais do que uma ilustração, é uma legenda e uma forma de atrair o olhar de quem sobe as escadas.
Este é o melhor conselho que se pode dar a quem tem propensão para seguir modas e tendências. E não pensem os criadores de todo o tipo de modas que pretendo “arruinar” os seus negócios, porque haverá sempre quem necessite dos seus serviços ou produtos para que a economia (nacional ou não) continue a funcionar,…
“Abre os olhos” é o apelo imperativo – repetido um pouco por toda a cidade de Lisboa – que este artista nos faz.
Esta frase de José Saramago surgiu no meu caminho já não me recordo bem onde… É a frase que Saramago fez inscrever na contracapa de Ensaio Sobre a Cegueira, obra que não li, mas que vi magistralmente representada pelo grupo de teatro “O Bando”, num palco inclinadíssimo, no Teatro de São Luís, há alguns anos.
“Porque eu sou do tamanho do que vejo”, porque sou do tamanho do que a minha vista alcança, tanto posso ser um gigante ao olhar a ampla planície alentejana, onde o horizonte se perde e todos os sonhos se tornam possíveis, como uma pequena formiga, se apenas olhar para o meu umbigo, os meus problemas…
O tradicional provérbio “Entre falar e fazer há muito que dizer” foi aqui modificado para “há muito que fazer”. Ora, a localização desta frase justificará o seu conteúdo. Encontrei-a no Parque Mayer, de que há muito se fala e onde, que se veja, pouco está feito.
O autor desta (des)construção, pintada no novo “jardim” junto ao Convento do Carmo em Lisboa, brinca com uma palavra, partindo-a em pedaços menores e repartindo-a em novas palavras, dando-lhe assim um significado distinto. Com a desconstrução do advérbio “honestamente” constrói a interrogação inicial “oh, nesta mente?”.
Gosto de palavras fora dos livros, dos jornais, das revistas. Gosto de descobrir palavras nas paredes, no chão, nos degraus – palavras que se soltam e ganham vida noutros espaços; palavras que alguém decidiu inscrever em local mais ou menos visível e através das quais entendeu expressar-se.