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Paulo Bugalho


  • Nós matámos o cão tinhoso: o modo mais cru de herdar a fala

    Luís Bernardo Honwana escreveu este livro de contos em 1964, quando tinha apenas 22 anos, e Moçambique estava ainda submetida à administração portuguesa, sendo patente uma estratégia de expressão anticolonialista, servindo-se da língua do invasor para denunciar a invasão.

    Nós matámos o cão tinhoso: o modo mais cru de herdar a fala

  • Lídia Jorge. Misericórdia e a literatura do bem

    Desde que o mais recente livro de Lídia Jorge foi publicado tudo se concertou na sua promoção para impedir que o leitor chegasse a ele sem levar em conta toda a aclamação aberrante que o cercou, sendo um livro que cumulou distinções e prémios num efeito sísmico do qual se esperaria que a leitura não…

    Lídia Jorge. Misericórdia e a literatura do bem


  • Apenas o começo de uma ansiedade

    Olhando a história da ficção portuguesa no século XX, torna-se impossível ignorar um agrupamento geracional extraordinário nas obras de José Cardoso Pires, Maria Velho da Costa, ou Nuno Bragança. Os romances nucleares do século passado parecem organizarem-se numa órbita estreita, em volta das décadas de 60 e 70, e tomam nessa acumulação o aspecto de…

    Apenas o começo de uma ansiedade

  • Vila-Matas no quarto da hiper-literatura

    O espanhol Enrique Vila-Matas é o tipo de escritor cujo objecto é a própria escrita e o seu produto aquilo que talvez pudéssemos nomear de hiper-literatura. No seu mais recente livro, a ficção parece ficar presa a uma permanente hipnose por si mesma.

    Vila-Matas no quarto da hiper-literatura

  • Céline. Uma música escura que persiste

    Guerra, publicado agora pela primeira vez, 60 anos depois da morte de Louis-Ferdinand Céline, é parte de um conjunto de manuscritos roubado da casa do autor após a libertação do país, no final da segunda guerra mundial,

    Céline. Uma música escura que persiste

  • Cormac McCarthy: o trabalho de fazer ascender as trevas

    Um dos grandes romancistas americanos, que teve alguns romances adaptados ao cinema, e um guião filmado por Ridley Scott, comparado a Melville, Conrad e Faulkner, confrontou-se na sua obra com os traumas históricos da América.

    Cormac McCarthy: o trabalho de fazer ascender as trevas

  • Tove Ditlevsen. A origem da espécie

    A Trilogia de Copenhaga (1967-1971), de Tove Ditlevsen, antecedeu em muitos anos os exemplos hoje apreciados da chamada auto-ficção: Knausgårde, Rachel Cusk ou Deborah Levy, e mesmo de Annie Ernaux.  

    Tove Ditlevsen. A origem da espécie

  • Hilda Hilst. A obscena senhora H.

    Como a violência, a dor, a morte, o luto, e outros temas inevitavelmente apelativos, o sexo serve, em literatura, para apontar: acordando o leitor para o tal gume indefinível que é o trabalho próprio da escrita. Hilst aponta com a desenvoltura de quem conhece a linguagem, nos primeiros contos. Depois desiste.

    Hilda Hilst. A obscena senhora H.

  • Quarenta e três anos de solidão: António Lobo Antunes e O Tamanho do Mundo

    Quarenta e três anos depois de Os Cus de Judas, Lobo Antunes desinteressou-se da história, ou talvez já não tenha grande coisa para contar, e tudo não passe, para ele, de um interminável jogo de linguagem.

    Quarenta e três anos de solidão: António Lobo Antunes e O Tamanho do Mundo

  • Henrik Pontoppidan. A difícil invenção de um mundo sem deus

    Um clássico é um clássico, e Per, O Afortunado é o grande clássico da literatura dinamarquesa, tendo o seu autor, Henrik Pontoppidan, recebido o Nobel da Literatura em 1917.

    Henrik Pontoppidan. A difícil invenção de um mundo sem deus

  • Ingeborg Bachmann. Alusão, ilusão

    O único romance da poeta, e o primeiro capítulo de uma trilogia que nunca se concluiu, Malina tem no seu centro um triângulo amoroso numa Viena decadente, e joga com os limites da linguagem e da loucura, encerrando nas suas páginas o retrato da destruição de uma mulher.

    Ingeborg Bachmann. Alusão, ilusão

  • Férias de verão. 18 livros para ler à sombra

    As férias desenham-se como um horizonte votado ao descanso, mas, também, a sonhos íntimos de vingança e de ajuste de contas com os impedimentos e bloqueios que tomaram conta do resto do calendário.

    Férias de verão. 18 livros para ler à sombra