O governo precisou de 15 dias para fazer um PowerPoint que não é mais do que um balão de ar para decidir sobre as verdadeiras medidas. Como miúdos no jardim de infância, enquanto estivermos entretidos a brincar com as cores, não fazemos as perguntas incómodas.
O vírus parece ser mais democrático do que o governo: não discrimina entre público e privado, cooperativo e social. Chega a todos e espalha-se indiscriminadamente.
Qual é o papel do Estado? É o de ser mero intermediário da transferência de fundos, imposta por decreto, entre cidadãos solidários, forçados ou voluntários, e cidadãos necessitados?
Ainda há racismo? Claro que há! Como há mentes brancas, pretas, iluminadas que acham normal propor o extermínio da História. O racismo existe, sim. Como a estupidez. E são de todas as cores.
O dilema moderno não é arranjar atores, porque há muitos em casting todos os dias. O problema é quem escolhemos como herói e quem queremos que seja vilão. E engana-se quem pensa que o storytelling serve só os emergentes. Serve os espertos.
É mais confortável ser consensual e seguir o pastor. Mas também é mais irresponsável e potencialmente perigoso.