A Google está atenta a este fenómeno que tem vindo a crescer a um ritmo alucinante nos últimos anos como resultado da evolução tecnológica e a tendência de nos aproximarmos de uma realidade em que tudo está ligado a tudo (a Internet das Coisas), e tem vindo a apostar em ações de sensibilização junto dos utilizadores para estarem cada vez mais protegidos contra eventuais ataques, e suficientemente informados para que possam antecipar situações potencialmente perigosas. Porque não basta às empresas de cibersegurança combaterem novas técnicas que vão surgindo todos os dias por parte de hackers, quando insistentemente os avisos são ignorados. A tecnologia está em constante evolução e os hackers tiram partido disso, recorrendo a novas formas de roubar dados e comprometer a informação dos utilizadores, como avança Mark Risher, Chefe de Segurança da Google, que considera «o phishing [a utilização de métodos tecnológicos que levem o utilizador a revelar dados pessoais e/ou confidenciais] de longe como a maior ameaça para os utilizadores da internet».
Porém, recentemente surgiu outra variável de ataque conhecida como spear phishing. Aqui, o que os hackers fazem é tirar partido de informação pessoal ou pública de um utilizador para preparar uma mensagem que pareça mais realista e, consequentemente, que permita criar a ilusão de proximidade. Muitas vezes estes dados são conseguidos através do perfil do LinkedIn onde trabalha essa pessoa, para que construam um email relacionado com isso. Tentam descobrir a localização do indivíduo de forma a construírem uma mensagem mais direcionada, podendo até conseguir alguma informação biográfica para usar na mensagem enviada. E é nestas áreas que a Google tem trabalhado insistentemente de forma a evitar ao máximo o roubo de informação. Segundo Mark Risher, «o Gmail bloqueia atualmente 99,9% de mensagens maliciosas e cerca de 700 milhões de utilizadores ativos recebem zero mensagens de spam ou phishing». Outro alvo muito apetecível para os hackers, de acordo com a gigante norte-americana, são os utilizadores que se mostram interessados em Bitcoin ou outras criptomoedas. Rischer afirma «que os hackers estão a concentrar-se nas pessoas que de uma forma ou de outra têm demonstrado em redes como o LinkedIn, Twitter ou Facebook, que estão relacionadas com o ecossistema de criptomoedas ou possuí-las». Para o especialista de segurança «parece que a criptomoeda foi feita na perfeição para ataques de phishing uma vez que não existe qualquer regulamentação».
Pariza Tabriz, responsável de segurança do Google Chrome, o browser mais utilizado a nível mundial com cerca de dois mil milhões de utilizadores ativos, é outro dos elementos essenciais para uma internet mais segura.
Dirige uma equipa de trinta hackers que têm como principal objetivo identificar sites maliciosos, seja uma página de phishing ou um software. Para isso recorrem a uma ferramenta denominada Safe Browsing, desenvolvida pela Google há 10 anos, e que identifica se um site é seguro ou não. Atualmente, a ferramenta ajuda mais de três mil milhões de utilizadores e emite 250 mil milhões de avisos todos os meses.
Pariza Tabriz: 'A Princesa da Segurança' da Google