Pouco antes das 10:00, um deslizamento de terras no lugar de Caracuste, freguesia de Várzea, Arouca, arrastou para o rio Adra um carro, com dois homens, que seguia na estrada nacional 224, provocando a morte aos ocupantes.
Estando aquele troço de estrada cortado – de acordo com o presidente de Câmara e com o comandante dos bombeiros locais, só quando houver condições de segurança é que este será reaberto – é o viaduto da estrada nacional 326, que passa por cima da via onde o acidente ocorreu, que serve de miradouro para o local do deslizamento de terras.
Além dos jornalistas, que dali captavam as imagens, vários populares pararam, com os carros na berma e quatro piscas ligados e, apesar da chuva intensa, não resistiram à tentação de espreitar, comentar e até tirar fotografias.
O presidente da Câmara de Arouca, José Artur Neves, lamentou à agência Lusa o acidente, considerando que os dois homens residentes no concelho foram vítimas de uma fatalidade: “estavam no local errado, à hora errada”.
O autarca garantiu ainda que foi dado “apoio psicológico imediato às famílias com a psicóloga que presta serviços à câmara”.
“Eu mesmo hoje estive para passar lá”, confessou, explicando que o seu caminho acabou por seguir um curso diferente.
Também no café Chão de Ave, é esta tragédia que domina as conversas do dia, contando um dos funcionários do estabelecimento à Lusa que “o condutor da viatura, o Tiago, vinha todos os dias tomar aqui o café antes de ir trabalhar”.
“Era para ter ido uma terceira pessoa no carro, mas acabou por ficar na pasteleira e não foi”, conta ainda.
O comandante dos Bombeiros Voluntários de Arouca – que estiveram no local com 30 homens e dez viaturas – explicou que a corporação retirou o carro do rio Adra, estando um dos homens na viatura e outro a cerca de um, dois quilómetros de distância, tendo as operações terminado cerca das 13:00.
A estrada no local está cortada, num concelho onde os deslizamentos de terra e as derrocadas – fruto das características topográficas do concelho – são muito frequentes, mas onde, até hoje, nunca tinha acontecido uma tragédia desta dimensão.
Lusa/ SOL