‘Alabardas’, o último livro de Saramago, é apresentado na Casa da Música, no Porto

Depois de Lisboa chegou a vez de o Porto homenagear Saramago. A 10 de Novembro, pelas 18h30, a Casa da Música acolhe uma sessão de apresentação de ‘Alabardas, Alabardas, Espingardas, Espingardas’, o último romance, inacabado, do Nobel português, acabado de editar pela Porto Editora.

‘Alabardas’, o último livro de Saramago, é apresentado na Casa da Música, no Porto

Na sessão, à viúva do autor, e presidenta da Fundação Saramago, Pilar del Río, juntam-se o escritor Valter Hugo Mãe e o editor Manuel Alberto Valente para uma conversa sobre a obra. Depois, o actor José Luís Tinoco lerá passagens do livro e o pianista Marco Figueiredo irá interpretar peças suegridas pela sua leitura de ‘Alabardas’. Ao mesmo tempo, serão ainda projectadas as ilustrações de Günter Grass que acompanham a obra.

Embora a entrada seja livre, estará sujeita à lotação da sala e ao levantamento de bilhetes, que podem ser adquiridos na Casa da Música a partir de amanhã, quarta-feira, 5. Convém recordar que, em 2012, também na Casa da Música, foi realizada uma sessão de homenagem a Saramago, no dia em que este assinalaria 90 anos. E que os mil bilhetes disponíveis se esgotaram minutos depois de terem sido disponibilizados.

Foi em 2009 que José Saramago decidiu começar a escrita de um novo livro. E começou assim a narrativa que traz a história de Artur Paz Semedo, homem fascinado por artilharia que trabalha, nada mais, nada menos, que numa fábrica de armamento. É através desta personagem que Saramago escreve contra a guerra, mostrando os interesses por traz dos conflitos bélicos do século XX.

Em 2010, porém, o autor morreu e deixou o livro por acabar. O que agora se publica são os seus três primeiros capítulos, cerca de 30 páginas inéditas que, segundo Pilar del Río, estão totalmente acabadas e que permitem perceber o romance que daí nasceria. Ao texto de Saramago, juntam-se ainda não só as ilustrações de Günter Grass como dois textos, um de Fernando Goméz Aguilera, amigo do autor, e outro de Roberto Saviano, bem como um diário de Saramago que acompanha a criação de ‘Alabardas’.  

rita.s.freire@sol.pt