Apps, drones e privacidade por um canudo

Porque a partir de agora, a troco de uma ida à praia, estamos obrigados a deixar-nos filmar em lazer, a brincar ou a descansar tranquilamente ao sol ou à sombra, sem poder protestar nem clamar que ninguém tem nada a ver com isso.

Anuncia-se que drones com um raio de ação de 100 kms vão ajudar na prevenção de incêndios, nomeadamente por permitirem a sua deteção mais rápida. Assim tipo os extintos guardas florestais só que com capacidade para filmarem e invadirem espaços privados (além de públicos) sem pré-aviso nem autorização.

As tragédias de 2017, de Pedrógão Grande e do 15 de outubro, justificam que se empreguem todos os meios para evitar mais perdas de vidas humanas.

E, por isso, ninguém questiona o uso de drones a passar por cima de propriedades privadas e públicas, filmando e registando tudo, desrespeitando os mais elementares direitos de reserva.

A questão da legalidade ou até da constitucionalidade de tais meios de controlo, intrusivos e violadores da privacidade de cada indivíduo, já nem se coloca?

Enfim…

Afinal, o mesmo tipo de drone já está a ser utilizado na vigilância das praias, que a Polícia Marítima até faz gala em prestar-se a demonstrações para as televisões, em direto e a cores, sem o mínimo pejo.

Porque a partir de agora, a troco de uma ida à praia, estamos obrigados a deixar-nos filmar em lazer, a brincar ou a descansar tranquilamente ao sol ou à sombra, sem poder protestar nem clamar que ninguém tem nada a ver com isso.

Pelos vistos, não há remédio.

Enfim…

 

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