Asiáticos representam 30% dos imigrantes na OCDE

Os asiáticos representam hoje mais de 30% de todos os imigrantes nos países da OCDE e ocupam uma parte importante dos trabalhos especializados, mas o desenvolvimento da região poderá pôr em causa esta equação, alerta um relatório da OCDE.

A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) dedica um capítulo do seu relatório anual sobre migrações, hoje divulgado, ao papel da Ásia na migração internacional e questiona se os seus países membros conseguirão competir com as economias emergentes do continente asiático na atracção de mão-de-obra qualificada.

É que, sublinha o relatório, enquanto em meados dos anos 2000 os asiáticos representavam 17% de todos os imigrantes com mais de 15 anos nos países da OCDE, em 2010 mais de 30% dos fluxos migratórios eram provenientes daquela região. Só os chineses representavam quase 10% de todos os imigrantes na OCDE em 2010.

Além disso, os cidadãos de origem asiática ocupam hoje uma parte importante dos trabalhos qualificados, com a Índia e a China a desempenharem um papel especialmente relevante, sublinha o relatório.

«Os imigrantes asiáticos são, em média, mais qualificados do que os restantes imigrantes e, no caso dos que emigraram mais recentemente, são mais especializados do que os próprios nativos dos países da OCDE», pode ler-se no relatório.

No curto prazo, antecipa a OCDE, é provável que a Ásia continue a ser uma importante fonte de trabalhadores altamente qualificados.

No entanto, à medida que a região se desenvolve, embora deva continuar a produzir cada vez mais mão-de-obra capacitada, também terá mais condições para absorver esses trabalhadores e até, prevê o relatório, para atrair técnicos de outras partes do mundo.

«É por isso incerto que os países da OCDE possam contar com esta entrada regular trabalhadores especializados da Ásia no futuro», alerta.

Lusa/SOL