Avaliação a Passos desce à direita e à esquerda

O nível de popularidade do primeiro-ministro e do Governo não dá espaço para grandes esperanças. Isto mesmo confirmou o SOL através de um painel de figuras senatoriais dos partidos com representação parlamentar. À esquerda e à direita, o mesmo painel que avaliou para o SOL o primeiro ano do mandato – só Anacoreta Correia entrou…

no ano passado, passos coelho era avaliado, numa escala de zero a 10, com 3,4 pontos pela esquerda e com 7,6 pela direita. a média era, ainda assim, positiva. este ano, e muitas medidas impopulares depois, a esquerda dá 1,6 pontos ao desempenho do primeiro-ministro e a direita fica-se pelos 5,6 – em cima da linha vermelha. pires de lima, presidente do conselho nacional, faz até uma crítica directa ao ministro das finanças, cada vez mais contestado pelos centristas.

paulo macedo é, de longe, considerado pelos senadores dos dois espectros partidários como ‘o melhor deste governo’, elogiado por medeiros ferreira ou anacoreta correia. é a nota mais, num governo em baixa a meio do mandato.

senadores avaliam (de 0 a 10)

esquerda – 1, 6  pontuação média                                  

ferro rodrigues

positivo – os poucos aspectos positivos que se poderiam identificar há um ano foram todos varridos e aí estão os fracassos da dívida pública, a destruição da concertação social, a evidente farsa das avaliações da troika, a explosão do desemprego e da probreza.

negativo – por irresponsabilidade deste governo, portugal atravessa a sua pior crise nacional – social, económica, financeira e também política, estando o regime democrático à beira do descrédito.

nota: 2 (foi 4 em 2012)

manuel alegre

positivo – nada de bom.

negativo – esteve sempre mais preocupado em agradar aos credores do que aos portugueses. isso é trágico, deve ir-se embora.

nota: 0 (3 em 2012)

medeiros ferreira

positivo – distingo paulo portas, por causa da diplomacia económica, e paulo macedo, na condução da saúde.

negativo – falhou o objectivo de fazer decrescer a dívida e com as dúvidas sobre a disciplina financeira foi-se também a coesão nacional.

nota: 2 (4 em 2012)

carlos carvalhas

positivo – encontrar o mais positivo só é fácil para a reduzida fatia dos beneficiários desta política – banqueiros, grandes senhores do dinheiro, e para o senhor de belém.

negativo – a cega persistência na política de desastre económico e social.

nota: 2 (2 em 2012)

josé manuel pureza

positivo – a demonstração de que conceitos como ‘flexibilidade’, ‘mobilidade’ ou ‘liberdade de escolha’ são programas ideológicos de punição da vida das pessoas.

negativo – temo que a qualquer resposta sobre o que é pior suceda o mesmo que tem sucedido a todas as previsões do governo: no dia seguinte já é tudo pior…

nota a passos: 2 (4 em 2012)

direita – 5,6  pontuação média

antónio capucho

positivo – o melhor é a actuação de alguns ministros sectoriais: saúde e agricultura (não incluindo o ambiente).

negativo – incapacidade de cumprir e acertar nas previsões. reformas de fundo que não passam de medidas avulsas e inconsequentes.

nota: 4 (8 em 2012)

mira amaral

positivo – credibilidade externa e a possibilidade de emissão de dívida a 10 anos.

negativo – a falta de coordenação no seio da coligação que foi evidente no anúncio infeliz do primeiro-ministro da tsu sobre as pensões.

nota: 6 (7 em 2012)

paulo teixeira pinto

positivo – o melhor é a atitude de coragem, seriedade e coerência em fazer o que entende que deve ser feito, mesmo se contra a sua própria imagem.

negativo – a percepção pública de insensibilidade social, resultado da intervenção da troika (que é, goste-se ou não, uma tutela externa).

nota: 7 (9 em 2012)

anacoreta correia

positivo – o melhor é paulo macedo: tem uma política para o sector.

negativo – o pior deste governo é o ministro da economia, santos pereira, porque aceitou uma pasta desproporcionada e os resultados estão à vista.

nota: 5 (bagão félix dava 7)

pires de lima

positivo – a recuperação da credibilidade financeira externa traduzida no financiamento ao estado e às empresas , ainda que por vezes, com dificuldades ou a um custo elevado.

negativo – os custos económicos e sociais, nomeadamente o desemprego jovem, deste processo de resgate e a atitude, por vezes algo submissa, do ministro das finanças aos dictames da troika.

nota: 6 (7 em 2012)

ricardo.rego@sol.pt

manuel.a.magalhaes@sol.pt 

helena.pereira@sol.pt