Baixa adesão do público cancela segunda parte do festival internacional ‘MUN’Danças’

A segunda parte do festival internacional de folk ‘MUN’Danças’, programada para o período de 1 a 4 de Agosto, em Coimbra, foi hoje cancelada devido à fraca adesão do público, revelou o responsável pela organização.

A decisão foi tomada depois de concluída na madrugada de hoje a primeira parte do evento, que decorreu desde o dia 26 na Praia Fluvial de Torres do Mondego, nos arredores de Coimbra.

Nuno Martins, coordenador-geral desta primeira edição, disse à agência que o festival ficou logo marcado negativamente no seu arranque com a avaria de um gerador, obrigando a cancelar dois concertos, e quando o público começava a chegar ao recinto.

«Tivemos uma bilheteira quase nula. Houve pessoas que não entraram e a outras devolvemos o dinheiro», referiu, acrescentando que o ‘MUN’Danças’ não dispunha de apoios financeiros, apenas de alguns logísticos, e suportava nas receitas dos ingressos o pagamento de cachets às bandas, aos técnicos e aos professores de workshops.

Com as receitas de 300 ou 400 pessoas por noite cobriam-se as despesas, mas a melhor noite, de sábado, não terá ido além dos 150 ingressos vendidos, acrescentou.

«Não fazia sentido estar a prolongar mais este esforço. Era um esforço humano desproporcionado», sublinhou Nuno Martins, aludindo à dedicação de 60 voluntários envolvidos na organização.

Referiu que o festival era «um sonho que foi concretizado», e que «a grande lição» que se extrai é que em futuras edições terá de haver fontes alternativas de financiamento, para não estar exclusivamente dependente da bilheteira.

Em face da baixa adesão do público, o programa do último dia, domingo, já foi alterado, com a troca de duas bandas, para diminuir os encargos.

«Todos os compromissos estão a ser honrados. Todas as bandas estão a ser contactadas e está a ser resolvido caso a caso» o cancelamento dos contratos para a segunda fase do festival, referiu, frisando que a organização entretanto já angariou alguns apoios financeiros para ajudar a compensar a baixa bilheteira.

A segunda parte do ‘MUN’Danças’, de 1 e 4 de Agosto, esteve inicialmente programada para a Guarda, em Aldeia Viçosa, e à ultima hora a ausência de condições locais levaram à sua transferência para Coimbra, na Praia Fluvial de Torres do Mondego.

O seu programa incluía a participação de duas dezenas e meia de bandas, de oito países, e a realização de quatro dezenas de bailes e concertos. Estavam igualmente programadas acções de formação em dança, música e de permacultura (cultivo de pequenas hortas), ateliers de meditação e yoga, mostra de vídeo, tertúlias sobre tradições e um espaço para crianças com programação própria.

Além da componente lúdica, o festival foi utilizado para realizar mercados solidários e apresentar tasquinhas de gastronomia tradicional e biológica.

A organização coube à Associação de Projecto e Desenvolvimento do Parque Patrimonial do Mondego, instituição que pretende valorizar o património material e imaterial ligado ao rio e às populações ribeirinhas, e que tem como principal dinamizador Nuno Martins.

Lusa/SOL