Cabrita acusa Mota Soares de ter as ‘mãos sujas de sangue’

O deputado do PS Eduardo Cabrita acusou hoje Pedro Mota Soares, ministro da Solidariedade e da Segurança Social, de ter “as mãos sujas de sangue”. O parlamentar socialista falava no debate no Parlamento sobre o Orçamento Rectificativo (OR) e as medidas previstas para os pensionistas, como o alargamento da base de incidência da CES (Contribuição Extraordinária de Solidariedade)…

para eduardo cabrita, o executivo não deve contar com a apoio do ps na aprovação de diplomas que “ferem” a constituição e que constituem um “ataque” a quem menos tem, numa referência ao alargamento da ces aos pensionistas de 1000 euros, depois do tribunal constitucional chumbar a proposta de convergência das pensões do sistema geral com as da segurança social, tal como estava inscrito no orçamento do estado para 2014.

as bancadas da maioria não deixaram sem resposta a acusação de eduardo cabrita a mota soares. nuno magalhães, líder parlamentar do cds, pediu cautela ao deputado do ps e apelou ao sentido de responsabilidade no uso das palavras em plenário. o deputado centrista recordou que eduardo cabrita e o ps apoiaram um governo, o de josé sócrates, que “levou o país à bancarrota” e que “não pediu ajuda quando devia ter pedido”.

na mesma linha, adão silva, do psd, referiu-se às acusações de eduardo cabrita como indicadoras de “desequilíbrio” já que “roçam o extremismo e o insulto pessoal”.

no debate desta tarde, maria luís albuquerque garantiu que o alargamento da ces aos pensionistas com pensões acima dos 1000 euros é uma medida transitória, face ao chumbo do tc à proposta do governo de fazer convergir as pensões. a ministra das finanças referiu que a não aplicação da medida substitutiva e de última hora poderiam comprometer o fim do programa de ajustamento, cuja conclusão está prevista para o dia 17 de maio.

pedro mota soares, por seu lado, assegurou que o governo tudo fez para salvaguardar os pensionistas com menor remuneração e recordou que foi alargada a taxa para os pensionistas com pensões mais altas. o ministro da solidariedade e da segurança social frisou que “não há margem para aumentar os impostos” razão pela qual, explicou, o resto do ajustamento tem de ser feito pelo lado da despesa e não pelo lado da receita.

ricardo.rego@sol.pt