Camané: “Cresci no meio do fado, dos grandes fadistas, e é tudo isto que tenho para dar”

Meses depois de ter lançado este seu primeiro disco a solo de originais desde 2015, com o Infinito Presente, finalmente, Camané teve oportunidade de o apresentar em concerto, na íntegra, a primeira vez que o músico fez um concerto deste estilo, “sempre tive o sonho de realizar um concerto assim”, contou-nos, e isso motivou esta…

O exterior do Teatro da Trindade encontrava-se calmo, afinal, ainda faltavam várias horas para Camané subir para cima de palco e apresentar o seu disco mais recente, Horas Vagas, lançado em outubro do ano passado, mas, dentro desta sala de espetáculos, não se pode dizer o mesmo.

Guitarras portuguesas são afinadas até alcançar o timbre perfeito, técnicos de luz ligam e desligam holofotes e testam diferentes sombras de azul até perceber qual é a cor que melhor condiz com o palco e, no centro de todo este alvoroço, está o fadista, que recebe o i com o maior dos sorrisos enquanto nos explica que foi nesta sala, há quase trinta anos, sob os olhos de mestres como José Mário Branco ou Carlos do Carmo, deu o seu primeiro grande concerto.

“Era um concerto que tinha de correr bem. E correu. Estavam muitos fadistas antigos de que eu gostava imenso e que marcaram presença. Foi aterrorizador, mas foi uma experiência fantástica”, contou ao i.

Meses depois de ter lançado este seu primeiro disco a solo de originais desde 2015, com o Infinito Presente, finalmente, Camané teve oportunidade de o apresentar em concerto, na íntegra, a primeira vez que o músico fez um concerto deste estilo, “sempre tive o sonho de realizar um concerto assim”, contou-nos, e isso motivou esta conversa.

Para além deste concerto de apresentação, o fadista falou sobre a ausência de José Mário Branco, que morreu em 2019, em Horas Vagas, o primeiro que não é produzido pelo lendário músico português, mas como o seu espírito se mantém vivo nos seus trabalhos, como aconteceram as colaborações deste disco e o futuro do fado em Portugal.

Mesmo confessando que não está interessado em alterar a sua estética no seu projeto a nome próprio, enraizado no fado clássico, mesmo que em projetos paralelos, como os Humanos ou colaborações em discos de artistas como o Stereossauro, Camané reconhece que “existe espaço para tudo”, deixando elogios a artistas que estão a reimaginar o fado com elementos mais contemporâneos da música, como Ana Moura.

Leia a entrevista na íntegra aqui.