Cirurgias adiadas por falta de manutenção dos blocos operatórios

A Ordem dos Médicos denunciou hoje que a falta de manutenção de equipamentos dos blocos operatórios do hospital das Caldas da Rainha, a agravar-se com as restrições orçamentais, pode obrigar os médicos a adiar cirurgias, situação confirmada pela administração.

o presidente da delegação regional do oeste da ordem dos médicos afirmou à agência lusa que «começa a haver falta de matérias e falta de manutenção de equipamentos nos blocos operatórios».

questionado pela lusa, o administrador do centro hospitalar oeste norte (chon), carlos sá, respondeu por escrito que «as reparações necessárias foram realizadas», adiantando contudo que as intervenções «têm sido contratadas sempre que necessário por uma estratégia de racionalização dos recursos financeiros», não havendo por isso contratos de manutenção assinados.

o problema, a ser agravado com as restrições orçamentais dos hospitais, «pode vir a obrigar os médicos a adiar as cirurgias», adiantou pedro coito.

o médico cirurgião disse que há casos de equipamentos que «quando de avariam ficam ao canto sem uso por falta de manutenção».

pedro coito disse que «quando há equipamentos sem funcionar há casos de salas de operações fechadas».

a administração hospitalar esclareceu que «não houve adiamento de cirurgias» por esse motivo, mas admitiu que, á semelhança de outros hospitais, «esse risco existe» até que um equipamento seja reparado.

neste momento, dos quatro blocos operatórios do hospital, um está operacional, o que contribui para «aumentar a lista de espera das cirurgias programadas», alertou, situação desmentida por carlos sá.

a ordem dos médicos alertou que «os cortes indiscriminados na saúde podem pôr em causa a segurança das pessoas».

pedro coito alertou também que «a urgência do hospital está a trabalhar no limiar do perigo», devido à falta de médicos, que é colmatada pelo recurso a empresas prestadoras de serviços médicos, cujos médicos falham em muitas situações as escalas e «corre-se o risco de não haver médicos na urgência».

uma solução que se vai manter dada a falta de médicos no país e que obriga o chon a gastar por ano 1,5 milhões de euros a mais do que se contratasse médicos para integrar o quadro do hospital.

lusa/sol