Condecoração de surpresa para Sampaio, cortesia de Marcelo

O Presidente da República supreendeu ontem Jorge Sampaio ao condecorá-lo com o Grande Colar da Ordem do Infante D. Henrique pela sua iniciativa de apoio aos estudos de jovens refugiados.

Em 2013, o antigo chefe de Estado fundou a Plataforma Global de Assistência Académica de Emergência a Estudantes Sírios que depois passou a ser uma causa mais ampla, com refugiados de outras zonas próximas.

Segundo Mareclo Rebelo de Sousa, antigo Presidente “remou contra a maré por uma causa fundamental” através de “uma iniciativa solitária” que depois teve “o apoio dos sucessivos governos portugueses e de muitas instituições, portuguesas e estrangeiras”. 

O atual chefe de Estado acrescentou que “infelizmente, as guerras estão para durar e as migrações e os refugiados são uma causa a que se não pode fugir” e Sampaio “percebeu isso e lutou por isso com prestígio internacional, primeiro bastante só, e agora muito acompanhado”. Para Marcelo, a condecoração é merecida por esse esforço que prestigia Portugal”.

A distinção, atribuída no encerramento de uma conferência em Lisboa, foi também para oito personalidades e institutos estrangeiros que trabalharam com Sampaio na sua plataforma de assistência a estudantes sírios.

Por seu lado, o antigo chefe de Estado confessou-se surpreendido e afirmou estar “muito contente” com o gesto. “Eu não ligo muito a estas coisas, mas, realmente, foi uma grande honra que ele me deu”, acrescentou, antes de manifestar a expetativa de ampliar a plataforma: “conseguimos provar que boas práticas são possíveis, com os instrumentos que estão disponíveis. É preciso aumentá-los e é preciso ver se conseguimos fixá-los”.

Como Jorge Sampaio já tinha o Grande-Colar da Ordem da Torre e Espada e o Grande-Colar da Ordem da Liberdade, Marcelo explicou que quis distingui-lo agora com a Ordem do Infante D. Henrique, “que significa a projeção universal de uma causa e de um esforço em que ele se empenhou brilhantemente”.

A Ordem do Infante D. Henrique destina-se a distinguir "quem houver prestado serviços relevantes a Portugal, no país e no estrangeiro, assim como serviços na expansão da cultura portuguesa ou para conhecimento de Portugal, da sua história e dos seus valores".

O Grande-Colar é o mais alto grau desta ordem e "é concedido pelo Presidente da República a chefes de Estado estrangeiros", podendo também "ser concedido pelo Presidente da República a antigos Chefes de Estado e a pessoas cujos feitos, de natureza extraordinária e especial relevância para Portugal, os tornem merecedores dessa distinção".