Citado pela BBC, Andrei Babushkin afirma que o suspeito Zaur Dadayev, detido no sábado na Chechénia, apresenta múltiplos ferimentos por todo o corpo, indiciando que terá sido submetido a tortura.
O próprio Dadayev conta que esteve amarrado durante dois dias com um saco enfiado na cabeça, e que só confessou o homicídio para conseguir a libertação de um amigo.
Shagid Gubashev, o outro suspeito da morte de Nemtsov, também diz estar inocente.
Estas afirmações voltam a pôr em causa a narrativa oficial dos acontecimentos de 27 de Fevereiro. Nessa noite, Boris Nemtsov foi morto a tiro quando caminha com a namorada nas imediações do Kremlin. Horas antes, o político crítico do Presidente Vladimir Putin tinha apelado à participação numa manifestação contra a guerra na Ucrânia.
A imprensa internacional tem sugerido que Nemtsov poderá ter sido assassinado por elementos do regime. No entanto, Putin, que condenou publicamente a morte do adversário político, disse que o homicídio for perpetrado para destabilizar o país.