«tudo o que de mau ou de bom que aconteça em espanha tem reflexos na economia portuguesa», disse o presidente da confederação empresarial de portugal (cip) à saída da reunião de concertação social, que contou hoje com a presença do primeiro-ministro passos coelho, na véspera do arranque do conselho europeu.
antónio saraiva disse assim estar «muito apreensivo» em relação à envolvente, tendo em conta que um terço dos 75 por cento de bens exportados para a união europeia terem como destino espanha.
«dificilmente portugal voltará aos mercados nas datas previstas», avisou.
segundo o responsável, em resposta às inquietações dos empresários, o primeiro-ministro apenas manteve que o programa é para cumprir e que «não haverá ajustamento nem de montantes nem de prazos».
em relação a novas medidas de austeridade, pedro passos coelho não se pronunciou, acrescentou.
o presidente da confederação do comércio e serviços de portugal (ccp), joão vieira lopes, confirmou aos jornalistas a ausência do tema de novas medidas de austeridade na reunião entre os parceiros, referindo que passos coelho se limitou a fazer uma «apresentação genérica» sobre os temas do conselho europeu.
vieira lopes reconheceu, no entanto, que «parece começar a haver [no discurso do governo] uma preocupação com o financiamento das empresas».
os dirigentes das estruturas sindicais da função pública também participaram na reunião de concertação social de hoje porque foram convidados pela cgtp e pela ugt, dado terem estado em discussão as alterações legislativas do sector.
foi também feito um balanço da aplicação das medidas do compromisso para o crescimento, competitividade e emprego relacionadas com a administração pública.
lusa/sol