a decisão foi comunicada por papandreou na segunda-feira, menos de uma semana após um acordo que prevê o perdão da dívida externa grega – que reduzirá em um terço o valor da dívida do país -, ter saído da cimeira da ue e da zona euro.
e hoje, terça-feira, o parlamento grego assistiu ao abandono de uma deputada pertencente ao partido socialista, que perfaz a maioria parlamentar. além de sair do parlamento, milena apostolaki revelou ainda que vai abandonar o partido, reduzindo apenas para dois lugares a margem da maioria socialista no parlamento.
a notícia do abandono de apostolaki veio acrescer à instabilidade reinante na grécia. contudo, a decisão de papandreou não deixou de causar surpresa num país que não realiza um referendo desde 1974, quando o regime ditatorial caiu.
a medida poderá indicar a eventual vontade do primeiro-ministro em depositar na vontade do povo a decisão quanto ao futuro económico da grécia, após meses de protestos e violência que incendiaram as ruas do país com a revolta de milhares de pessoas face às sucessivas medidas de austeridade introduzidas pelo governo.
outro deputado socialista, vasso papandreou – sem relação familiar com o primeiro-ministro -, apelou líder do executivo que reúna os presidentes de todos os partidos para salvaguardar o acordo europeu sobre a dívida externa grega.
o anúncio da realização do referendo começou por lançar rasgos de preocupação no exterior, com os mercados a preverem os perigos para a estabilidade da moeda única, a par dos sinais de alarme dados por angela merkel e nicolas sarkozy.
os líderes europeus que têm coordenado o plano de resgate financeiro da grécia realizaram um telefonema de emergência por volta das 12 horas desta terça-feira.
ap/sol