Dieselgate. CEO da Audi, Rupert Stadler fica em prisão preventiva

O grupo alemão tem atualmente processos a decorrer em 55 países em todo o mundo.

Rupert Stadler, presidente executivo da Audi, do grupo automóvel Volkswagen (VW), foi detido esta segunda-feira na Alemanha e vai ficar em prisão preventiva depois de o juiz considerar que há risco de destruição de provas. O CEO da marca alemã é um dos 20 arguidos no processo que investiga as suspeitas de adulteração de dados das emissões poluentes no grupo alemão Volkswagen. A Audi é suspeita de ter vendido, pelo menos, 210 mil carros desde 2009 com um software ilegal de controlo de emissões de gases.

Já a 13 de junho, quando foram feitas buscas à casa do CEO da empresa, os investigadores tinham anunciado que Stadler – que chegou à Audi em 2003 – era também um alvo da investigação, havendo suspeitas de fraude e de falsificação indireta de certificações. Também Bernd Martens, diretor de compras da Audi foi adicionado à lista de suspeitos.

A Audi faz parte do grupo Volkswagen, sobre o qual recaem suspeitas de fraude com o escândalo das emissões de gases nos carros a diesel que atingiu 11 milhões de carros vendidos em todo o mundo. 

O antigo CEO da VW, Martin Winterkorn, e o seu sucessor Martin Müller e o atual presidente da VW, Herbert Diess, também estão a ser investigados.

O grupo alemão tem atualmente processos a decorrer em 55 países em todo o mundo. O grupo alemão contabilizou mais de 27 mil milhões de euros para o pagamento de multas e outros custos associados a este escândalo. Ainda na semana passada aceitou pagar uma coima de mil milhões de euros, imposta pelas autoridades alemãs.

Lesados

O escândalo das emissões poluentes rebentou nos Estados Unidos em 2015. A marca acabou por reconhecer que equipou 11 milhões dos seus veículos diesel com software que falsificava os resultados dos testes de poluição e ocultava as emissões de óxidos de nitrogénio superiores a 40 vezes os padrões permitidos. Nessa altura, o grupo era dirigido por Martin Winterkorn, mas acabou por ser substituído pelo antigo chefe da Porsche Matthias Müller que tem contrato até fevereiro de 2020.

A Comissão Europeia solicitou de imediato à marca que levasse a cabo a reparação de todos os veículos afetados e a empresa comprometeu-se a cumprir esse acordo, assegurando que seria um processo totalmente sem custos para os proprietários. 

No entanto, já no início deste ano e com as reparações feitas, a Associação de Defesa do Consumidor (DECO) alertava para o facto de os condutores portugueses estarem insatisfeitos com as implicações que resultaram dessas reparações. Isto porque, apesar de terem substituído o software que manipulava a leitura das emissões poluentes de forma gratuita foram obrigados a suportar os arranjos consequentes dessas reparações e que custaram, em média, 957 euros. 
O aumento do consumo (55%), a perda de potência (52%) e mais ruído no motor (37%) foram as principais queixas feitas pelos condutores após as reparações.