Dirigente académica quer praxes de novo no interior da UMinho

A ‘Papa’ Maria Canelas, autoridade máxima das festas académicas na Universidade do Minho, defende que a Reitoria deve voltar a autorizar todas as praxes nas instalações, o que “contribuiria para a maior segurança dos alunos”.

Maria Canelas referia-se ao facto de o reitor, António Cunha, ter proibido há já dois anos e meio as “acções abusivas” das praxes académicas dentro da Universidade. “Os alunos sentiam-se mais à-vontade e em maior segurança na universidade, em vez de terem de ir para a rua. Ao mesmo tempo, com a sua presença contribuiriam para acabar com a desertificação dos espaços universitários, evitando os roubos e as tentativas de violação que se têm verificado nas instalações de Braga e de Guimarães”, explicou ao SOL.

Acerca da morte de três caloiros, há uma semana, Maria Canelas salienta que “tratou-se de um acidente que não teve nada a ver com as praxes propriamente ditas, pois estas já tinham terminado”.

Sobre as praxes do curso de Licenciatura em Engenharia Informática (LEI), a Papa reconheceu que “eles vivem as praxes de uma forma muito especial”, mas negou haver “qualquer tipo de problemas especificamente com aquele curso”.

Questionada sobre o tipo de praxes de LEI, afirmou apenas: “As nossas praxes são à vista de toda a gente, especialmente desde que o reitor as proibiu dentro da universidade”. “A maioria das praxes é de dia, à vista de toda a gente, havendo só algumas à noite”, acrescentou, reconhecendo que “algumas praxes podem chocar as pessoas na via pública”. E salienta que, “de há muitos anos a esta parte, tem sido feito um trabalho continuado, no sentido de se evitar excessos”.

A ‘Papa’ adiantou ao SOL que, “a pedido da irmã de uma das vítimas e por concordância com as outras duas famílias, será levantado o luto académico, até para os caloiros já na próxima semana poderem fazer o seu baptismo, porque é um momento simbólico para eles e as suas famílias”. Há caloiros de 53 cursos de licenciatura e mestrado integrado.

Maria Antónia Ferreira Canelas, conhecida como “Mitó”, é trabalhadora-estudante, aluna de Design e Marketing de Moda, sendo a primeira mulher ‘Papa’ da Universidade do Minho. A designação ‘Papa’ é equivalente à de ‘Dux’ existente noutras universidades.

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