“Doyen a quem doer. Aqui está!” Já foi inaugurada a nova casa das modalidades

Pavilhão João Rocha: o Sporting Clube de Portugal volta a ter casa das modalidades, 13 anos depois

“Sim. Era o João Rocha. Tive a sorte de crescer com o presidente que mais tempo esteve no Sporting e que teve duas visões brilhantes: o ecletismo e a aproximação às pessoas. Para mim, estes dois vetores foram fundamentais: adoro as modalidades e gosto de estar próximo das pessoas, gosto de estar no meio delas, de falar, de conviver, de aprender.” Foi desta forma que o atual líder leonino, Bruno de Carvalho, respondeu à pergunta “Disse que sonhava desde os seis anos ser presidente do Sporting. Com essa idade já sabia quem era o presidente do clube”, em entrevista ao semanário “SOL” no início de fevereiro.

No dia 21 de junho de 2017, o sonho dos adeptos sportinguistas tornou-se real: foi inaugurada a nova casa das modalidades do clube, que adotou o nome do presidente que, até agora, esteve mais tempo aos comandos dos leões: 13 anos no total, entre 1973 e 1986. O Pavilhão João Rocha foi inaugurado na passada quarta-feira, 13 anos depois de ter sido demolida a Nave de Alvalade, que foi até 2004 o complexo desportivo dos verdes- -e-brancos para as modalidades.

“Foi um dos dias mais felizes da minha vida. Poder concretizar o sonho de mais de 3 milhões e meio de sportinguistas, trazendo de volta à Cidade Sporting as nossas modalidades. Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.” “Normalmente é assim: quando queremos muito algo, sabemos que é preciso sacrifício”, disse Bruno de Carvalho, socorrendo-se do poeta português Fernando Pessoa no discurso de inauguração.

Dois anos depois de se ter iniciado a construção do projeto, em março de 2015, foram abertas as portas de “um sonho”, como afirmou Bruno de Carvalho, que custou cerca de 10 milhões de euros e contou com o apoio (também ele financeiro) dos adeptos. “Sabemos perfeitamente que nunca o teríamos conseguido sem o esforço, dedicação e devoção dos 22 956 sportinguistas que participaram na Missão Pavilhão e de tantos outros que, de alguma forma, deram o seu contributo para que este sonho se tornasse realidade”, adiantou num momento em que homenageou o antigo sócio cinquentenário Vítor Araújo. “O Vítor, além de um grande amigo, era um exemplo de sportinguismo. Apaixonado pelo clube e pelo ecletismo, era presença constante em todos os pavilhões onde as nossas equipas jogavam, marcando-nos a todos com o seu apoio fervoroso e incansável aos nossos atletas. Assisti a muitos desses confrontos ao seu lado, muito antes de ser presidente do Sporting Clube de Portugal, e com ele muito aprendi. Creio, por isso, ser mais do que justo homenagear o Vítor e, na figura dele, todos os que partiram sem verem concretizado este sonho de todos os sportinguistas”, disse.

Depois de oito títulos europeus, dos 28 títulos de campeão nacional e das 19 Taças de Portugal repartidas entre o futsal, o andebol, o hóquei em patins, o voleibol e o basquetebol, nas eras Pavilhão e Nave de Alvalade, Bruno de Carvalho garantiu: “Como vai ser bom comemorar aqui títulos! Este é o melhor, maior e mais bonito pavilhão de clube de Portugal. Disse que iríamos ter pavilhão ‘Doyen a quem doer’ e aqui está!”, rematou, recordando a polémica na altura da transferência de Marcos Rojo, numa tarde de festa com mais de dois mil adeptos presentes que cantavam em uníssono “Sporting allez”.

João Rocha, que ficou conhecido como “o Presidente dos sportinguistas’, morreu em 2013, vítima de doença prolongada.

Cidade Sporting

As homenagens, no entanto, foram além do Pavilhão João Rocha. Na mesma tarde foi também inaugurada a Rotunda Visconde de Alvalade, que ganha forma com a estátua de um leão onde está inscrita uma frase do atual líder leonino, “o talento é necessário, mas só com muito trabalho diário, superação constante, vontade, atitude e compromisso com os objetivos do clube é que se formam campeões”; a Rua Prof. Moniz Pereira, em memória do eterno “Senhor Atletismo”; e os campos dos futebolistas formados em Alvalade, ambos distinguidos com a Bola de Ouro, Cristiano Ronaldo e Luís Figo – numa apresentação a que o sucessor de Luís Godinho Lopes batizou como “Cidade Sporting”.