Ecclestone admite ter pago 31 milhões de euros no escândalo da Fórmula 1

Desenvolvimentos cruciais no escândalo de corrupção que afecta a Fórmula 1. O ‘patrão’ do desporto, Bernie Ecclestone, admitiu pela primeira vez ter efectuado um pagamento a rondar os 31 milhões de euros ao ex-banqueiro alemão que mediou o processo de venda das acções que o BayernLB detinha na Fórmula 1.

o caso remonta a 2006, quando a empresa cvc comprou os 47 por cento de acções que o banco alemão bayernlb detinha na fórmula 1. ao servir de intermediário no processo de venda, em representação da cvc, bernie ecclesone admitiu esta sexta-feira ter pago a gerhard gribkowsky uma comissão a ronda os 31 milhões de euros.

em entrevista concedida ao diário britânico daily telegraph, o representante da cvc e ‘patrão’ da fórmula 1 – sob investigação das autoridades alemãs pelo caso -, admitiu ter pago a quantia a gribkowsky, embora releve igualmente que este o ameaçou e chantageou.

o britânico revelou que ainda não tinha avançado com nada publicamente pois «o promotor de justiça pediu para que nada fosse dito».

de acordo com ecclestone o banqueiro alemão ameaçou contar que o empresário britânico de origem australiana detinha a sua parte das acções da fórmula num offshore, denominado bambino holdings. e, defendeu, tal causaria a intervenção da inland revenue, o equivalente britânico ao fisco.

«claro que eles tinham que verificar tudo, para provar que o fundo [offshore] era legal e correcto», declarou, referindo-se a um processo que seria «implicaria um processo em tribunal durante três anos que custaria uma fortuna», segundo os conselhos que os advogados de ecclestone lhe concederam.

como tal, bernia ecclestone optou por pagar directamente uma comissão ao banqueiro alemão que, prosseguiu, fez questão de que não se soubesse que o pagamento fora originário do britânico. daí, justifica, a razão por ter feito a transferência da quantia «a partir de bancos sediados nas ilhas maurícias e das ilhas virgem britânicas».

aqui residem as dúvidas na origem das investigações, conduzidas pelas autoridades alemãs, que alegam que se trata de um caso de suborno e corrupção.

às acusações que foram erguidas, ecclestone respondeu: «nunca subornei ninguém ou paguei a alguém em dinheiro com estivesse ligado à empresa [cvc]», e sublinha, como prova, que todo o processo de venda das acções «foi aprovado pela comissão do bayernlb», presidido, precisamente, por gerhard gribkowsky.

ecclestone diz que providenciou todas as informações às autoridades alemãs, esperando agora ser ilibado de todas as acusações.

recorde-se que na base das acusações estará o pagamento ilegal dos 31 milhões de euros por parte de ecclestone a gribkowsky, a par de uma comissão que terá sido paga pelo bayernlb ao ‘patrão’ da fórmula 1, no valor de 29 milhões de euros.

sol