Eleição de cardeal argentino é sinal de abertura da Igreja

O missionário comboniano Agostinho Alves considerou hoje que a eleição, pela primeira vez, de um Papa proveniente da América Latina é um sinal de “reconhecimento dos tempos” e de “abertura a outros continentes” pela igreja.

Jorge Mario Bergoglio, natural da Argentina, de 76 anos, foi hoje eleito Papa, adoptando o nome de Francisco, sucedendo a Bento XVI.

“É uma novidade para toda a igreja, é a primeira vez que é eleito um cardeal da América Latina. É um sinal de que a igreja reconhece os tempos, de se abrir a outros continentes. É um momento de grande expectativa”, comentou à Lusa Agostinho Alves, dos missionários combonianos, com acção na América Latina.

Actual pároco em Antas, Vila Nova de Famalicão, Agostinho Alves reconheceu que “a maior parte do número de católicos está nas Américas”, onde existem também “milhares e milhares de missionários”, e considerou que, por isso, a eleição do argentino Jorge Bergoglio significa um “reforço da actividade missionária”.

Perante o discurso do novo Papa, o missionário comboniano admitiu ter ficado “muito admirado” pela “simplicidade das suas palavras” e, “sobretudo, pela humildade de confiar em todos os fiéis que estavam na Praça de São Pedro [no Vaticano] em pedir a própria bênção” e um “trabalho em conjunto com todo o povo de Deus”.

O padre disse que “foi um discurso muito bonito que não tem precedente na história da igreja”.

Pouco depois de ser eleito, o novo líder da Igreja Católica surgiu na varanda da basílica de São Pedro e pediu fraternidade na Igreja e disse também que reza pelo papa emérito Bento XVI, que resignou no dia 28 de Fevereiro.

Lusa/SOL