sou um optimista por natureza, gosto de acreditar nas pessoas e na evolução natural da humanidade, gosto do que é moderno mas também da história onde se alicerça esse mesmo futuro.
recordo-me em portugal do pouco que absorvi do alcântara mar em lisboa e do muito que vivi na casa do castelo no algarve. esses seriam espaços que se enquadrariam nesta equação, tal como o famoso mónaco, ou o gamba mar e o baazar no porto.
em moçambique (país em franco crescimento) assistimos agora ao fenómeno de dar pouco valor aos verdadeiros símbolos, nomeadamente na cidade de maputo, primeiro com o encerramento do costa do sol, o restaurante mais conhecido da cidade, depois com o incêndio do cinema charlot e agora com o prematuro adeus do dock’s no club naval, espaço por onde passaram grandes figuras de todo o mundo, desde a rainha de espanha a laura bush (mulher do antigo presidente americano).
percebo que o mundo não pare e que por vezes ‘valores mais altos se levantam’ – é também por isso que espaços como estes deveriam merecer um tratamento diferenciado, enquanto património histórico que mereceria no mínimo uma atenção especial, porque o tempo não volta para trás e o que é marcante pode e deve ser preservado.
nem sempre a mudança é sinónimo de crescimento e, em todos esses espaços que enumerei, não vi obra feita que justificasse o seu fim.
podemos e devemos ter em atenção aquilo que faz parte dos nossos valores, quer sob forma de memórias quer de recordações positivas, mas se possível devemos manter aquilo que nos oferecem de bom porque sítios de qualidade duvidosa, esses existem muitos.
mudar sim, mas para melhor… l
sugestões:
l sweet jane – cowboy junkies (em memória de lou reed)
l big bang (original mix) – twoloud
