o colégio de cirurgia vascular considera que a criação de uma urgência metropolitana daquela especialidade deveria ter sido precedida de um debate informado, o que não aconteceu.
lembrando que a urgência é uma parte relevante da actividade de cirurgia vascular, correspondendo a cerca de 30% do movimento operatório anual, que está frequentemente associada a situações de extrema gravidade, incluindo o trauma, os médicos consideram que a concentração da urgência deveria ser o corolário de uma reorganização dos serviços de cirurgia vascular e não o princípio desse processo.
num parecer enviado à ordem dos médicos, estes especialistas sugerem o adiamento do início do processo para a cirurgia vascular para o dia 1 de outubro, “após preparação adequada e reunidos os requisitos necessários”.
estes médicos pedem ainda que sejam mantidos os dois pólos existentes: centro hospitalar lisboa norte (santa maria) e centro hospitalar lisboa central como pilares da urgência vascular, com áreas de referenciação estabelecidas e estáveis.
“o modelo de alternância mensal de uma única urgência é inadequado, pode perturbar significativamente o funcionamento normal dos serviços, convertendo-os em unidades demasiado dependentes da urgência, não beneficia os doentes nem a articulação dos profissionais, não proporciona gestão clínica eficaz e não parece compatível com racionalização de recursos e poupança financeira”, concluem.
o colégio da especialidade de urologia considera que a criação de apenas um pólo de urgência em permanência trará “inconvenientes”, no funcionamento das unidades e aos doentes, que superam “largamente os escassos e duvidosos benefícios em termos de poupança de recursos humanos”.
o colégio de cirurgia maxilo-facial assinala que este serviço tem que ser prestado exclusivamente por especialistas, que não existem no chlc, pelo que a reorganização da urgência obrigará a “um esforço adicional de adaptação institucional para solucionar esse aspecto”.
já o colégio de cirurgia plástica, sublinha que o “indispensável reforço” de equipas de especialidade nos centros hospitalares que permanecem abertos e as despesas envolvidas com o transporte e circulação de doentes entre instituições resultante da necessidade de manter a assistência em pós-operatório pelas equipas deslocadas que asseguram a terapêutica “vai arrastar uma despesa incomparavelmente maior”.
estes especialistas acreditam que o esquema criado para esta nova urgência nocturna em lisboa vai trazer “prejuízos económicos, funcionais e assistenciais, tornando-o irracional”.
o colégio de neurologia lembra a complexidade e as particularidades desta especialidade, nomeadamente em termos de diagnóstico, considerando por isso que o trabalho de racionalização da rede de urgências “deverá ser feito cuidadosamente, ouvidos os directores de serviço de neurologia das instituições envolvidas”.
segundo a administração regional de saúde de lisboa e vale do tejo (arslvt), as especialidades que a partir de setembro serão concentradas na urgência metropolitana serão otorrino, oftalmologia, cirurgia plástica/maxilo-facial, urologia, cirurgia vascular, neurologia, psiquiatria e gastrenterologia.
lusa/sol