Espiões americanos temem informações comprometedoras de Trump em mãos russas

Relatos não foram confirmados. Trump e Kremlin negam alegações de subornos, de parecerias em ataques cibernéticos e de festas com prostitutas em Moscovo

Espiões americanos temem informações comprometedoras de Trump em mãos russas

Os diretores das agências de espionagem americanas comunicaram na semana passada a Barack Obama e Donald Trump informações não comprovadas de que agentes russos estão na posse de documentos comprometedores para o próximo presidente americano. Neles sugere-se que o magnata estava ciente das operações eletrónicas contra a campanha da sua rival, que lhe foram oferecidos subornos em viagens a Moscovo e até que o Kremlin tem em sua posse vídeos sexuais em que aparecem Trump e prostitutas russas.

As alegações não são recentes, mas só agora foram publicadas. Desde o outono que um grupo de jornalistas e altos responsáveis as conhecem, segundo escreve esta quarta-feira o “New York Times”. O material foi recolhido por um antigo agente de espionagem britânico, que hoje trabalha para empresas de investigação privada. Foi contratado primeiro por rivais republicanos de Trump, que queriam material para atacá-lo nas eleições primárias. O mesmo agente acabou por trabalhar mais tarde para a campanha de Clinton.

Os relatos supostamente comprometedores não foram comprovados, mesmo passados meses de investigações por parte de jornalistas e órgãos americanos de polícia e espionagem. Apesar disso, as agências consideraram que o material era tão possivelmente comprometedor que o decidiram transmitir na semana passada a Obama, Trump e alguns responsáveis políticos, incluindo-o no relatório confidencial sobre as manobras russas de interferência na campanha presidencial deste ano.

O relatório é secreto, mas chegou às mãos da imprensa norte-americana na noite de terça-feira. A CNN foi a primeira a apresentá-lo, sem, contudo, dar detalhes sobre acusações não confirmadas – o portal BuzzFeed decidiu publicar o relatório na íntegra, incluindo os seus detalhes mais escabrosos. “Notícias falsas: uma autêntica caça às bruxas”, respondeu Donald Trump no Twitter, negando as alegações. O Kremlin reagiu esta quarta-feira, recusando ter documentos comprometedores sobre o próximo presidente.

Para além de relatos de festas com prostitutas, o dossier sobre Trump contém alegações de que a sua campanha não só tinha conhecimento das operações russas que invadiram os servidores privados do Conselho Nacional do Partido Democrático e o email do gestor de campanha de Hillary Clinton, John Podesta, mas que as autorizou também. Os ataques conseguiram que milhares de comunicações privadas fossem publicados pela Wikileaks durante a campanha, tornando-se numa das pedras de arremesso mais valiosas para Trump.