Eutanásia?

O Governo grego prepara-se para recusar o ultimato europeu que obriga a Grécia a respeitar o acordado com a troika, prolongando por mais seis meses o plano de resgate.

E Tsipras, o chefe do Governo, classifica a política de austeridade que vinha sendo aplicada ao seu país como uma «eutanásia».

Mas será mesmo? Terá a Grécia solução sem austeridade? É certo que a dívida grega é muitíssimo maior do que a portuguesa e impõe muito mais restrições. Mas o que a realidade prova é que Portugal está melhor depois da austeridade do que estava antes.

Sabemos que há muitos desempregados – mas também sabemos que o desemprego está a diminuir.

Sabemos que o PIB caiu muito – mas também sabemos que está a subir. Mais: subiu no ano passado 0,9%, quando nos dez anos anteriores ao resgate estava a crescer a uma média de 0,5%, apesar da política ‘expansionista’ de Sócrates.

E nos últimos três anos as exportações aumentaram.

E a liquidez do Estado cresceu muitíssimo.

E os juros caíram.

Tudo isto indica que a política de austeridade, ao contrário do que muitos pretendem, fez bem ao país.

Não matou a economia portuguesa, pelo contrário, tornou-a mais competitiva e credibilizou o país no contexto internacional, atraindo capital estrangeiro.

Por isso, a austeridade está muito longe de ser uma eutanásia.

Eutanásia poderá ser o rumo que a Grécia está a seguir – enveredando por uma estratégia irresponsável, sem o apoio de ninguém, contando apenas com o voluntarismo de um punhado de deputados de extrema-esquerda e outro (mais pequeno) de direita.

E quando o povo grego vir o logro em que caiu, quando perceber que as promessas do Syriza eram um saco cheio de nada, que aquele programa eleitoral era um bluff, aí é que vão ser elas…

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