Feira ARTE Lisboa com menos galerias devido a «conjuntura difícil»

A ARTE Lisboa – Feira de Arte Contemporânea vai apresentar este ano menos galerias devido à «conjuntura difícil», mas a organização mantém as expectativas da afluência de público, com 20 mil visitantes em 2010.

a 11ª edição da arte lisboa vai decorrer entre 23 e 27 de novembro com 33 galerias e 21 projectos individuais de artistas, expondo um total de 500 obras, anunciou hoje a organização.

em 2010, devido à realização da cimeira da nato no parque das nações, o certame realizou-se no pavilhão do rio, na antiga feira internacional de lisboa, num espaço mais reduzido, com 41 galerias. em anos anteriores chegou a rondar as sessenta galerias, na maioria nacionais e muitas de espanha.

miguel comporta, director da área de feiras da aip – feiras, congressos e eventos, organizadora do certame, admitiu a redução do número de galerias na 11ª edição devido «à conjuntura económica actual, que não é a melhor».

«há um esforço da organização e das galerias para manter a qualidade da oferta e da procura, mas a conjuntura é difícil para todos os sectores de actividade», justificou o responsável.

de um total de 33 galerias, a edição deste ano seleccionou 21 portuguesas e 12 de espanha, que também sofreu uma diminuição da representação, «por falta de apoio para virem a portugal».

sobre a ausência de galerias de outros países, miguel comporta observou que «não é fácil colocar a arte lisboa nos grandes circuitos internacionais de arte contemporânea».

«a presença de uma galeria numa feira representa sempre um investimento para a empresa. é uma opção», comentou.

do grupo habitual de galerias nacionais presentes, miguel comporta indicou que a galeria pedro cera e a galeria fernando santos não estarão presentes este ano: «mas podemos dizer que fidelizámos 90 por cento das presenças do ano anterior», realçou.

apontou ainda que não houve este ano uma diminuição de candidaturas à presença na feira, mas a comissão de selecção da arte lisboa «exclui aquelas que não cumprem os requisitos» do certame.

para a organização, que este ano não obteve qualquer apoio público para a feira, «é muito importante manter a qualidade de oferta e de procura. é fundamental manter o número de visitantes anterior», que ascendeu a 20 mil entradas em 2010.

«esta edição não é de grande optimismo. é um exercício realista do mercado na expectativa de tentar ultrapassar as dificuldades», salientou o responsável, para quem a arte lisboa «acrescenta valor real ao mercado de arte em portugal».

a feira tem como objectivo a divulgação da arte contemporânea nacional e internacional junto do público comprador e assume-se ainda como ponto de encontro de artistas, coleccionadores, críticos e outros agentes do meio artístico.

lusa/sol