Frederik André Henrik Christian. O próximo rei da Dinamarca

Era conhecido como «o príncipe festivo». A pressão para ser rei nunca o agradou, mas mudou de vida e preparou-se. Apesar de não estar planeada nenhuma cerimónia formal de coroação do príncipe herdeiro, a sua ascensão ao trono foi anunciada este domingo, dia 14, a partir do Palácio de Christiansborg, em Copenhaga.

Recentemente o mundo foi surpreendido no tradicional discurso de Ano Novo da rainha Margarida II da Dinamarca – de 83 anos -, com a notícia que a monarca há mais tempo em funções na Europa (depois da morte de Isabel II) vai abdicar do trono, depois de 52 anos como chefe de Estado. «Decidi que este é o momento certo. Dia 14 de janeiro de 2024, 52 anos depois de ter sucedido ao meu querido pai, deixarei de ser rainha da Dinamarca», afirmou. A Rainha Margarida explicou ainda que depois uma operação bem sucedida às costas – que aconteceu em fevereiro -, «a cirurgia deu naturalmente origem a uma reflexão sobre o futuro – se tinha chegado o momento de deixar a responsabilidade à geração seguinte».

Será então o primogénito, Frederik André Henrik Christian, de 55 anos, a assumir o trono no mesmo dia da abdicação da mãe, depois de um Conselho de Estado. Recorde-se que este é o filho mais velho da Rainha e do seu falecido marido, de origem francesa, o Príncipe Henrique, que morreu em fevereiro de 2018. Mas afinal quem é este príncipe que acabou por se tornar popular pela sua rebeldia?

Quem é Frederico?

A verdade é que ser príncipe herdeiro, desde os 3 anos, sempre foi demasiada pressão para um jovem que parecia ter o espírito demasiado livre para um membro da realeza. Frederico sempre gostou de aventura, de desporto, modelos, estrelas de rock. Atuou como DJ, gosta de tatuagens e ainda de velocidade. Num documentário, a propósito do seu 50.º aniversário, lançado em 2018, o mesmo já havia confessado que, em criança, a ideia de ser rei era «aterradora»: «Vi a minha vida apagar-se, tinha de me comportar como um adulto. Foi muito desagradável», revelou. Por isso, no início da década de 90, este tinha a reputação de «príncipe festeiro», algo que só terá começado a alterar-se no período em que frequentou o curso de ciência política, na Universidade de Aarhus. O trajeto incluiu uma estadia de um ano na Universidade de Harvard, nos EUA. Em 1995, tornou-se então o primeiro membro da realeza dinamarquesa a concluir um curso universitário e isso mudou tudo.

Antes disso, o futuro rei esteve envolvido em alguns escândalos. Na passagem de ano de 1992, por exemplo, a polícia de Copenhaga deteve, nas imediações do palácio, uma dupla que conduzia em alta velocidade e com taxas de alcoolemia no sangue. A população dinamarquesa ficou chocada depois de perceber que um dos detidos era o príncipe. Na altura, tanto a imprensa como o parlamento chegaram a solicitar que ele renunciasse aos seus direitos dinásticos, cedendo-os ao irmão mais novo, o príncipe Joaquim. Mas seguiram-se diversos estudos e treinos militares nos três serviços (marinha, exército e força aérea), tendo Frederico completado, em particular, o treino como mergulhador de combate nas forças navais de operações especiais de elite dinamarquesas que lhe valeu a alcunha de «Pingo», em português, «Pinguim» – uma vez o seu fato de mergulho encheu-se de água e este foi obrigado a andar como um pinguim. Em 2010, o príncipe foi nomeado comandante da marinha e coronel do exército e da força aérea.

Polémicas no amor

Foi no ano de 2000 que conheceu a australiana Mary Donaldson, durante os Jogos Olímpicos de Sydney. «Senti que era a minha alma gémea. Foi amor à primeira vista», explicou Frederico no mesmo documentário. Mary, de 51 anos, natural de Hobart, Tasmânia, era licenciada em comércio, direito e marketing e trabalhava em publicidade. Em 2002 e depois de uma «luta» para conquistar a sogra, mudou-se da Austrália para Paris para estar mais perto do seu apaixonado. O casal teve quatro filhos: Christian, de 18 anos, Isabel, de 16, e os gémeos Vicente e Josefina, de 12. Segundos os meios de comunicação internacionais, estes têm tentado dar uma educação tão normal quanto possível. Os jovens frequentam escolas públicas.

No entanto, como em quase todos os núcleos reais, parece ter havido traição. Em novembro, a Lecturas revelou uma série de fotografias de Frederico com a socialite mexicana Genoveva Casanova. Segundo as imagens do jornal espanhol, o príncipe herdeiro da Dinamarca passeou em Madrid com a ex-mulher de Cayetano Martínez de Irujo – filho da duquesa de Alba – tendo alegadamente passado a noite no seu apartamento.