Malangatana, o mais conhecido pintor moçambicano, 74 anos, faleceu hoje às 3h30 (hora de Lisboa) no Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, vítima de doença prolongada, segundo a direcção da unidade de saúde, onde o artista plástico se encontrava internado há vários dias.
«Para a FRELIMO, a morte do mestre Malangatana constitui uma grande perda, não só por se tratar de um membro de primeira hora do partido, mas por ser um obreiro da identidade moçambicana», disse à Lusa o porta voz da formação política no poder em Moçambique, Edson Macuácuá.
Com a sua obra, enfatizou Edson Macuácuá, o artista «deu um grande cunho à moçambicanidade, assinalando através da arte os aspectos mais singulares da identidade do seu povo».
«A sua arte era de um impacto tal que as autoridades coloniais viram-lhe o seu verdadeiro conteúdo político, o seu conteúdo emancipatório e reivindicativo. Por isso foi preso e reprimido pela PIDE, por pertencer à Quarta Região Militar da FRELIMO», lembrou.
Por seu turno, o porta voz do maior partido da oposição em Moçambique, RENAMO, Fernando Mazanga, considera que, com a morte de Malangata, «desapareceu um ícone da cultura moçambicana».
«A expressividade da sua obra é de uma singularidade que nos autoriza a afirmar que se calou o homem, mas a sua arte continuará a falar por muito mais tempo», sublinhou o porta voz da RENAMO.
Lusa / SOL