Fusão: A nova Universidade de Lisboa

A publicação, em 31 de Dezembro, do decreto que determina a fusão das universidades Clássica (fundada em 1911) e Técnica (criada em 1930) foi só o primeiro passo para a criação daquela que será a maior universidade portuguesa (ultrapassando a do Porto) e a quarta maior na Península Ibérica.

nos próximos três meses, vão estar em discussão os estatutos da nova instituição. e até setembro a reitoria da recém-criada universidade de lisboa será dirigida a quatro mãos, por antónio nóvoa – até agora reitor da clássica – e antónio cruz serra – reitor da técnica. para o futuro, fica a incógnita de saber se cruz serra se vai candidatar a reitor da nova instituição, sendo que nóvoa já manifestou indisponibilidade.

numa entrevista a duas vozes, os reitores alinham o discurso para explicar que a aposta na investigação será a grande mais-valia da nova instituição, que, sublinham, nasceu de um consenso e de «baixo para cima». a ligação à sociedade e às empresas será outro dos objectivos de uma universidade a que não gostam de juntar o prefixo ‘mega’, apesar de ir juntar mais de 48 mil alunos – cerca de um quarto do total dos estudantes universitários do país –, 2.922 professores e 2.468 funcionários.

pedem ao governo mais autonomia na gestão das receitas próprias, para evitar os constrangimentos impostos à despesa pública. e deixam um aviso: o que foi feito em lisboa é um contributo para a reorganização da rede do ensino superior, mas não será possível replicar a receita.

leia aqui a entrevista:

‘não há outro caso em portugal em que a fusão seja possível’

‘reforçar a autonomia das universidades vale milhões de euros’

 

margarida.davim@sol.pt