Hoje ‘a campanha eleitoral da direita morreu’, diz BE a propósito do défice

A porta-voz do BE, Catarina Martins, afirmou que “hoje é o dia em que a campanha eleitoral da direita morreu” porque, com os números do défice, “a conta está à vista” e “há duas mentiras que foram desmontadas”.

Hoje ‘a campanha eleitoral da direita morreu’, diz BE a propósito do défice

"Hoje é o dia em que a conta está à vista e há duas mentiras que foram desmontadas. A primeira mentira é que os sacrifícios destes quatro anos, a austeridade, dariam algum resultado nas contas públicas. Está à vista que não. Uma mentira de quatro anos e que hoje está desmoronada", disse Catarina Martins aos jornalistas a bordo do Metro Sul do Tejo, numa ação de campanha, reagindo assim aos números do défice de 2014 que hoje foram conhecidos.

De acordo com a bloquista, "a segunda mentira era uma mentira de um ano", quando o Governo dizia que "a resolução do BES não ia custar um tostão aos contribuintes", mentira essa que "está hoje desmontada".

"A direita não tem hoje nenhum argumento para se apresentar a estas eleições, porque depois de ter dito que os sacrifícios serviam para controlar o défice, o défice está igual a 2011. Mais défice quer dizer mais dívida. Temos, portanto, um país pobre e cada vez mais endividado", criticou.

Catarina Martins foi perentória: "toda a estratégia da direita falhou, hoje a direita já não tem campanha eleitoral para fazer".

Interrogada sobre a desvalorização dos dados feita pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, a porta-voz do BE clarificou que "se o défice não fosse público e fosse privado estava nas contas dos bancos, não estava nas contas públicas".

"Eu lembro-me que também houve uma altura em que Durão Barroso dizia que os estádios também não iam custar aos portugueses, que eram um problema contabilístico. Também ouvimos sucessivos governos, tanto do PSD como do PS, dizer que as PPP [parcerias público-privadas] não eram problema nenhum, que não contavam para o défice", recordou.

Segundo Catarina Martins, "foram sempre as pessoas chamadas a pagar esses buracos" e já "ninguém aguenta essas mentiras de nos dizerem que quando é o sistema financeiro não conta".

"Conta. Está nas contas públicas, são as pessoas que têm de pagar", alertou.

A capitalização do Novo Banco fez o défice orçamental de 2014 subir para 7,2% do Produto Interno Bruto (PIB), um valor que fica acima dos 4,5% reportados anteriormente, segundo dados divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que assinalou que as administrações públicas registaram um défice orçamental de 12.446,2 milhões de euros em 2014.

Lusa/SOL